Eu iniciei o dia 04 de maio de 2011 escrevendo um post sobre o Once Caldas, referente ao título da Libertadores de 2004. Um título absurdo onde uma equipe frágil e excessivamente defensiva derrubou os favoritos São Paulo e Boca Jrs. e venceu a competição mais importante do continente. Provavelmente isso não vai acontecer novamente, mas na noite daquele mesmo dia, o Once Caldas surpreendeu novamente e mudou o rumo dos meus post. Resolvi deixar para depois a zebra de 2004 e ressaltar neste post a noite em que fui a Arena do Jacaré e vivenciei uma noite das mais surpreendentes desde que passei a acompanhar o futebol. Foi tão surpreendete que só agora consegui organizar minhas idéias e colocar neste post, que de imparcial não tem nada.
Era uma noite de quarta feira como qualquer outra, com jogos da Taça Libertadores e da Copa do Brasil. Como de costume fui a Arena do Jacaré para ver a partida do Cruzeiro pela competição sulamericana, contra o Once Caldas, da Colômbia. Assim como todos os que compareceram, estava crente da vitória. A primeira partida, em Manizales, foi 2x1 para a raposa, endosando a clara superioridade do time mineiro, franco favorito ao título. Já o Once Caldas não tinha patrocinador, estava em crise e só havia vencido uma partida na competição, justamente na última rodada da primeira fase, que lhe valeu a vaga.
A caminho do estádio e nos momento preliminares à partida, estavamos compenetrados em secar os adversários, o que vinha dando certo. Nem nos preocupávamos com um time que ia entrar em campo com Ortigoza e Ernesto Farias no ataque, substituindo a dupla de artilheiros Thiago Ribeiro e Wallyson, que contribuiram para a média de cinco gols por jogo em casa durante a primeira fase.
No decorrer da partida nos deparamos com uma situação inesperada. O Once Caldas dominou o primeiro tempo e perdeu chances claras de gol com Rentería aos 7 (ótima defesa de Fábio), aos 16 (chutando sobre o travessão) e aos 34 (chutando no travessão), enquanto o Cruzeiro só teve ums chance clara com Ortigoza, que perdeu um gol aos 45 do 1º tempo. O Cruzeiro, apático e sem articulação, ainda foi prejudicado pela expulsão de Roger, que em três faltas imbecis conseguiu levar dois amarelos e arrumar uma expulsão prematura, tudo isso aos 30 do 1º tempo. Mesmo com o primeiro tempo adverso ainda não passava pela cabeça de ninguém a eliminação. Muito pelo contrário, a expulsão de Roger estava sendo encarada como um desfalque para a partida contra o Santos nas quartas de final. O problema era que o Cruzeiro ainda não estava classificado.
O Cruzeiro voltou melhor para o segundo e perdeu um gol logo aos 7 minutos, com Ortigoza cabeceando para fora. Pouco tempo depois, aos 10 minutos o Once Caldas também perdeu um jogador expulso, quando Carbonero deu uma cotovelada em Henrique. Isso foi o suficiente para que a torcida inflamasse e o time partisse para cima dos colombianos.
Inacreditavelmente, aos 21 minutos o Once Caldas achou um gol numa cobrança de escanteio escanteio da direita, com Amaya, que subiu mais que todo mundo e cabeceou para o fundo do gol, sem chances para Fábio. Apesar do susto a torcida ainda acreditava que por mais absurdo que estivesse sendo aquilo, o Cruzeiro empataria e se classificaria. Pois foi com esse pensamento que a torcida viu os pouco menos de 50 torcedores colombianos comemorarem o segundo gol, aos 26 minutos. Depois do rebote, a bola sobrou para Moreno que chegou batendo forte e calando a torcida. Sim aconteceu. O time que chegou como o "Barcelona das Américas" estava sendo eliminado pelo inacreditável Once Caldas. O desespero tomou conta e só passou aos 37 minutos, quando Gilberto marcou um golaço, que classificaria o Cruzeiro. Classificaria. Ainda estava comemorando o gol quando alguém me avisou que o gol havia sido anulado. Definitivamente. Não era o dia do Cruzeiro. Pior do saber que não foi impedimento foi saber que o Cruzeiro, o time que vinha dando show estava perdendo para o até então horrível Once Caldas. Depois de uma presepada da defesa, Micolta quase marcou o terceiro. Era vergonhoso, indignante e ridículo. A torcida que só comemorou os gols do Libertad e do Peñarol voltou para casa perdida e sem entender o desastre que ocorreu.
O Cruzeiro deu seu maior vexame na história da Libertadores e foi eliminado por uma equipe muito inferior. Na minha opinião, a derrota pode ir pra conta de Pablo e Cuca. O lateral que vinha de ótimas exibições falhou nos dois gols e teve uma partida pífia. Cuca que antes da partida comemorava o fato do time não ter expulsões, além de não conseguir refazer o time desestruturado e entregue aos esquema 4-2-3-1 do Once Caldas, ainda agrediu bizarramente o atacante Rentería. Diante do mesmo Once Caldas que havia eliminado o seu São Paulo em 2004, Cuca saiu da Libertadores pela porta dos fundos.
O Once Caldas foi destaque no mundo todo pela vitória inacreditável e ainda fomentou uma série de piadas nas redes sociais naquela fatídica noite, onde quatro dos cinco brasileiros foram eliminados da competição mais importante das Américas. O time da Colômbia ainda tentou aprontar contra o Santos, mas não deu. Mesmo conseguindo empatar por 1x1 no Pacaembu, a derrota em casa por 1x0 no jogo de ida eliminou a zebra de Manizales.
Definitivamente prefiro não tentar entender o que aconteceu, pois afinal de contas essa é a graça do futebol. Mas que foi a derrota mais impressionante que já vi o Cruzeiro sofrer, isso foi.
FOTOS: diarioceleste.blogspot.com
futebolfalando.blogspot.com
lancenet.com.br
futebolasticos.blogspot.com
Cruzeiro 0 x 2 Once Caldas
Cruzeiro: Fábio, Pablo, Victorino, Gil, Gilberto, Marquinhos Paraná, Henrique (André Dias), Montillo, Roger, Farías (Everton), Ortigoza (Dudu). Técnico: Cuca.
Once Caldas: Martínez, Calle, Amaya, Henríquez, Núñez, Mejía, Hárrison Henao (Pajoy), Mirabaje (Cuero), Carbonero, Dayro Moreno (Micolta), Rentería. Técnico: Juan Carlos Osório.
Gols: Amaya aos 21 e Dayro Moreno aos 26 do 2º tempo
Cartões amarelos: Farías, Roger e Gil (CRU), Henríquez e Rentería (ONC).
Cartões vermelhos: Roger (CRU) e Carbonero (ONC).
Estádio: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (BRA).
Data: 04/04/2011.
Árbitro: Antonio Arias (PAR) Auxiliares: Nicolas Yegros (PAR) e Dario Gaona (PAR).
Público: 14.972 pagantes.
sábado, 28 de maio de 2011
domingo, 17 de abril de 2011
A zebra da loteria esportiva
Em 1981, um resultado inacreditável derrubou as apostas da loteria esportiva no Brasil inteiro. A zebra foi tão impressionante que deve ter surpreendido até a zebrinha do Fantástico, que anunciava os 13 resultados da loteria esportiva no programa Global, entre os anos 70 e 80. Esse é o tipo do jogo que nem o próprio torcedor do Brasília teria coragem de apostar em uma vitória do colorado candango.
Para entender melhor essa zebra que entrou pra história, devemos compreender a situação das duas equipes naquele grupo B da Taça de Ouro da Copa Brasil - equivalente a uma das fases do Brasileirão de 1981. Parecia que o Grêmio venceria com enorme facilidade, pois fazia 14 jogos que o tricolor, atual campeão gaúcho, não perdia no Olímpico. O Brasília, que tinha no uniforme as cores do rival gremista, chegou com uma campanha ruim e sem nenhuma expressão nacional, tendo apenas seis anos de existência. Além disso não tinha campo para treinar, os salários eram baixos e a infra-estrutura da equipe era precária.
Logo aos 40 segundos de partida, Tarcísio abriu o placar para os gaúchos. E devido ao domínio dos gremistas ninguém imaginava nada diferente de uma goleada dos gaúchos. A classificação gremista estava praticamente garantida, enquanto para o Brasília isso só aconteceria se a equipe do planalto central vencesse o Grêmio e o Goiás. Nem a própria torcida esperava isso, depois das várias derrotas na competição e do fato do time chegar desfalcado para o confronto em Porto Alegre.
Mesmo assim, com tudo e todos contra, em 3 minutos os atletas do Brasília fizeram um estrago inimaginnavel. No despretencioso chutão de Aluísio, aos 23, que surpreendeu Leão, começou o pesadelo gremista. Aos 25 Vander concretizou a virada absurda até então. O Grêmio ainda empatou o jogo aos 39, com um gol irregular de Dirceu, completamente impedido. Para os que acharam que a camisa do Grêmio pesaria na decisão do juiz, a atitude precisa do árbitro Iolandro Rodrigues ao anular o gol, foi o justo e derradeiro ponto final desse surpreende episódio do futebol brasileiro.
Essa vitória por 2x1 foi o maior feito da história do Brasília E. C. que quatro dias depois perdeu de 1x0 para o Goiás e foi eliminado do Brasileirão daquele ano. Essa vitória totalmente fora de órbita não atrapalhou o Grêmio, que seguiu em frente e foi campeão nacional de 1981. A proporção daquele espisódio pode ser melhor compreendida quando se vê as matérias do Correio Brasiliense sobre a partida.
O Brasília com o passar dos anos caiu no ostracismo e mergulhou numa crise administrativa, que nem o fato de ter se tornado o clube-empresa privado do Brasil, conseguiu amenisar. Maus resultados, prejuízos e dívidas levaram o time a interromper as atividades profissionais em 2005. Um ano depois o time ressurgiu das cinzas e com seis anos de luta saiu da terceira divisão do DF para a primeira divisão, sendo premiado com o vice campeonato estadual de 2009 e uma participação na série D do Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.
A vitória que não valeu muita coisa para o Brasília no campeonato daquele ano, tornou-se inesquecível para sua torcida e para todos aqueles que marcaram coluna um naquele fatídico jogo da loteria esportiva.
FOTOS: globoesporte.com
Grêmio 1 x 2 Brasília
Grêmio: Leão, Dirceu, De Leon, Vantuir, Uchôa; China, Renato Sá (Vilson Tadei), Paulo Isidoro; Baltazar (Heber), Odair e Tarciso. Técnico: Ênio Andrade.
Brasília: Deo, Luisinho, Foca, Mario, Zé Mario (Ricardo); Alencar, Marco Antônio, Vander; Afonso, Aluísio (Paulinho) e Willian. Técnico: Alaor Capela.
Gols: Tarcísio aos 40seg; Aluísio aos 23 e Vander aos 25 do 2º tempo
Cartões amarelos: Deo (Brasília).
Estádio: Olímpico de Porto Alegre (RS).
Data: 15/02/1981.
Árbitro: Iolando Rodrigues (SC)
Para entender melhor essa zebra que entrou pra história, devemos compreender a situação das duas equipes naquele grupo B da Taça de Ouro da Copa Brasil - equivalente a uma das fases do Brasileirão de 1981. Parecia que o Grêmio venceria com enorme facilidade, pois fazia 14 jogos que o tricolor, atual campeão gaúcho, não perdia no Olímpico. O Brasília, que tinha no uniforme as cores do rival gremista, chegou com uma campanha ruim e sem nenhuma expressão nacional, tendo apenas seis anos de existência. Além disso não tinha campo para treinar, os salários eram baixos e a infra-estrutura da equipe era precária.
Logo aos 40 segundos de partida, Tarcísio abriu o placar para os gaúchos. E devido ao domínio dos gremistas ninguém imaginava nada diferente de uma goleada dos gaúchos. A classificação gremista estava praticamente garantida, enquanto para o Brasília isso só aconteceria se a equipe do planalto central vencesse o Grêmio e o Goiás. Nem a própria torcida esperava isso, depois das várias derrotas na competição e do fato do time chegar desfalcado para o confronto em Porto Alegre.
Mesmo assim, com tudo e todos contra, em 3 minutos os atletas do Brasília fizeram um estrago inimaginnavel. No despretencioso chutão de Aluísio, aos 23, que surpreendeu Leão, começou o pesadelo gremista. Aos 25 Vander concretizou a virada absurda até então. O Grêmio ainda empatou o jogo aos 39, com um gol irregular de Dirceu, completamente impedido. Para os que acharam que a camisa do Grêmio pesaria na decisão do juiz, a atitude precisa do árbitro Iolandro Rodrigues ao anular o gol, foi o justo e derradeiro ponto final desse surpreende episódio do futebol brasileiro.
Essa vitória por 2x1 foi o maior feito da história do Brasília E. C. que quatro dias depois perdeu de 1x0 para o Goiás e foi eliminado do Brasileirão daquele ano. Essa vitória totalmente fora de órbita não atrapalhou o Grêmio, que seguiu em frente e foi campeão nacional de 1981. A proporção daquele espisódio pode ser melhor compreendida quando se vê as matérias do Correio Brasiliense sobre a partida.
O Brasília com o passar dos anos caiu no ostracismo e mergulhou numa crise administrativa, que nem o fato de ter se tornado o clube-empresa privado do Brasil, conseguiu amenisar. Maus resultados, prejuízos e dívidas levaram o time a interromper as atividades profissionais em 2005. Um ano depois o time ressurgiu das cinzas e com seis anos de luta saiu da terceira divisão do DF para a primeira divisão, sendo premiado com o vice campeonato estadual de 2009 e uma participação na série D do Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil.
A vitória que não valeu muita coisa para o Brasília no campeonato daquele ano, tornou-se inesquecível para sua torcida e para todos aqueles que marcaram coluna um naquele fatídico jogo da loteria esportiva.
FOTOS: globoesporte.com
Grêmio 1 x 2 Brasília
Grêmio: Leão, Dirceu, De Leon, Vantuir, Uchôa; China, Renato Sá (Vilson Tadei), Paulo Isidoro; Baltazar (Heber), Odair e Tarciso. Técnico: Ênio Andrade.
Brasília: Deo, Luisinho, Foca, Mario, Zé Mario (Ricardo); Alencar, Marco Antônio, Vander; Afonso, Aluísio (Paulinho) e Willian. Técnico: Alaor Capela.
Gols: Tarcísio aos 40seg; Aluísio aos 23 e Vander aos 25 do 2º tempo
Cartões amarelos: Deo (Brasília).
Estádio: Olímpico de Porto Alegre (RS).
Data: 15/02/1981.
Árbitro: Iolando Rodrigues (SC)
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domingo, 13 de fevereiro de 2011
A tragédia de Ibagué
Grandes craques do futebol merecem despedidas a altura da carreira vitoriosa que tiveram. Infelizmente alguns acabam encerrando a carreira de forma melancólica. Este post conta a história do jogo que acelerou o fim da carreira de Ronaldo Fenômeno, depois de uma das maiores zebras brasileiras na Libertadores; e é dedicado a amiga Lalá Maciel, que cantou essa pedra antes mesmo do segundo jogo. É Ronaldo, praga de cruzeirense pega.
A cidade de Ibagué, capital da música colombiana, teve o privilégio inesperado de ser palco da última partida como profissional de um dos maiores jogadores da história do futebol. O fim da carreira de Ronaldo Fenômeno já era esperado, mas ninguém contava com o fato dele vir acompanhado de uma zebra tão descabida como essa, que derrubou o sonho obsessivo dos corintianos pela Libertadores.
Com o apito final do árbitro e a consumação do desastre, todas as fragilidades do favorito Corínthians ficaram expostas e sua torcida mergulhou no desespero de mais um fracasso, descambando até mesmo para a violência.
O jogo de ida no Pacaembu foi de um time só. O Corínthians pressionou o tempo todo e não conseguiu sair do 0 x 0 e ainda viu o Tolima ter chances claras de matar o jogo. Pelo regulamento da Pré-Libertadores, bastava um empate com gols em Ibagué. Era muito pouco, mas resolveria. Quando começou o jogo em Ibagué, apesar das chances do Tolima, o Timão ainda dominou o primeiro tempo e manteve esse domínio até os 20 minutos do segundo tempo, quando Santoya fez o que os corintianos pensavam sem impossível.
As razões para que uma classificação dada como fácil chegasse a esse ponto foram várias. Afinal, além de desfalques, como o de Roberto Carlos, o time do Parque São Jorge entrou desfigurado. Tite escalou o time com três atacantes, com Jorge Henrique improvisado de meia, mesmo tendo armadores como Bruno César, Danilo e Ramirez no banco. Mas isso não apagou a aplicação do fraco time do Tolima, que teve como seu principal articulador o volante Chara, que deu origem as principais chances de gol. Pelo lado do Corinthians, a principal investida foi um chute de Ronaldo que obrigou Silva a fazer grande defesa. O Tolima deitou e rolou na linha de impedimento de uma defesa desentrosada e chegou ao segundo gol com Medina, e sacramentou o fim do sonho alvinegro. Era o fim do sonho corintiano de coseguir vencer a Libertadores. E quem diria, eliminado para o Tolima, sem expressão alguma, com uma folha salarial que só o salário de Ronaldo pagaria, e que, mais tarde, seria surrado pelo Cruzeiro na fase de grupos por 6x1.
A eliminação desarticulou o time do Parque São Jorge, Roberto Carlos partiu para a Rússia, após uma proposta milionária e Ronaldo se aposentou. O fim apático de um dos maiores jogadores da história do futebol marcou o início do ano 2011. É verdade que o Fenômeno não era mais o mesmo, mas ainda assim merecia um fim de carreira mais honroso do que uma eliminação sumária como a de Ibagué.
Imagens: rodrigol12.blogspot.com
paixaomundialfutebol.blogspot.com
Deportes Tolima 2 x 0 Corínthians
Deportes Tolima: Antony Silva; Vallejo, Julián Hurtado, Arrechea e Noguera; Diego Chará, Bolivar, Murillo (Piedrahita) e Castillo (Santoya); John Hurtado e Medina (Closa). Técnico: Hernán Torres.
Corínthians: Júlio César; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos (Edno); Ralf, Jucilei e Paulinho (Ramírez); Jorge Henrique, Ronaldo e Dentinho (Danilo). Técnico: Tite.
Gols: Santoya aos 21 e Medina aos 32 do 2º tempo
Cartões amarelos: Julián Hurtado, Murillo e Diego Chará (Deportes Tolima); Jorge Henrique, Leandro Castán e Jucilei (Corinthians).
Cartão vermelho: Ramirez (Corínthians).
Estádio: Manuel Murillo Toro, em Ibagué (COL).
Data: 02/02/2011.
Árbitro: Roberto Silvera (URU) Auxiliares: Mauricio Espinosa (URU) e Carlos Changala (URU).
A cidade de Ibagué, capital da música colombiana, teve o privilégio inesperado de ser palco da última partida como profissional de um dos maiores jogadores da história do futebol. O fim da carreira de Ronaldo Fenômeno já era esperado, mas ninguém contava com o fato dele vir acompanhado de uma zebra tão descabida como essa, que derrubou o sonho obsessivo dos corintianos pela Libertadores.
Com o apito final do árbitro e a consumação do desastre, todas as fragilidades do favorito Corínthians ficaram expostas e sua torcida mergulhou no desespero de mais um fracasso, descambando até mesmo para a violência.
O jogo de ida no Pacaembu foi de um time só. O Corínthians pressionou o tempo todo e não conseguiu sair do 0 x 0 e ainda viu o Tolima ter chances claras de matar o jogo. Pelo regulamento da Pré-Libertadores, bastava um empate com gols em Ibagué. Era muito pouco, mas resolveria. Quando começou o jogo em Ibagué, apesar das chances do Tolima, o Timão ainda dominou o primeiro tempo e manteve esse domínio até os 20 minutos do segundo tempo, quando Santoya fez o que os corintianos pensavam sem impossível.
As razões para que uma classificação dada como fácil chegasse a esse ponto foram várias. Afinal, além de desfalques, como o de Roberto Carlos, o time do Parque São Jorge entrou desfigurado. Tite escalou o time com três atacantes, com Jorge Henrique improvisado de meia, mesmo tendo armadores como Bruno César, Danilo e Ramirez no banco. Mas isso não apagou a aplicação do fraco time do Tolima, que teve como seu principal articulador o volante Chara, que deu origem as principais chances de gol. Pelo lado do Corinthians, a principal investida foi um chute de Ronaldo que obrigou Silva a fazer grande defesa. O Tolima deitou e rolou na linha de impedimento de uma defesa desentrosada e chegou ao segundo gol com Medina, e sacramentou o fim do sonho alvinegro. Era o fim do sonho corintiano de coseguir vencer a Libertadores. E quem diria, eliminado para o Tolima, sem expressão alguma, com uma folha salarial que só o salário de Ronaldo pagaria, e que, mais tarde, seria surrado pelo Cruzeiro na fase de grupos por 6x1.
A eliminação desarticulou o time do Parque São Jorge, Roberto Carlos partiu para a Rússia, após uma proposta milionária e Ronaldo se aposentou. O fim apático de um dos maiores jogadores da história do futebol marcou o início do ano 2011. É verdade que o Fenômeno não era mais o mesmo, mas ainda assim merecia um fim de carreira mais honroso do que uma eliminação sumária como a de Ibagué.
Imagens: rodrigol12.blogspot.com
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Deportes Tolima 2 x 0 Corínthians
Deportes Tolima: Antony Silva; Vallejo, Julián Hurtado, Arrechea e Noguera; Diego Chará, Bolivar, Murillo (Piedrahita) e Castillo (Santoya); John Hurtado e Medina (Closa). Técnico: Hernán Torres.
Corínthians: Júlio César; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos (Edno); Ralf, Jucilei e Paulinho (Ramírez); Jorge Henrique, Ronaldo e Dentinho (Danilo). Técnico: Tite.
Gols: Santoya aos 21 e Medina aos 32 do 2º tempo
Cartões amarelos: Julián Hurtado, Murillo e Diego Chará (Deportes Tolima); Jorge Henrique, Leandro Castán e Jucilei (Corinthians).
Cartão vermelho: Ramirez (Corínthians).
Estádio: Manuel Murillo Toro, em Ibagué (COL).
Data: 02/02/2011.
Árbitro: Roberto Silvera (URU) Auxiliares: Mauricio Espinosa (URU) e Carlos Changala (URU).
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domingo, 9 de janeiro de 2011
Mazembe?!?!
Primeiramente quero me desculpar pelo longo hiato de um ano no blog. Vários fatores me impediram de continuar escrevendo, principalmente a falta de tempo. Mas retomo esse projeto em grande estilo.
Durante esse ano de 2010, nenhuma zebra foi tão grandiosa quanto a encerrou o ano. Pra ser preciso, acho que nunca esperariamos uma zebra justo na competição mais previsível do ano, o Mundial de Clubes, onde o mais evidente é a final entre o campeão europeu e o sulamericano. Bom, pra alegria do quandoazebraentraemcampo e tristeza da nação colorada, dessa vez foi bem diferente.
Estava acompanhando a seme-final do Mundial de Clubes com a mesma convicção de sempre: assistir a uma pelada onde o representante latino eliminaria o africano. Tanto que até nem dava atenção a partida, por estar focado no trabalho (estava no trampo, o que é um mero detalhe). Quando fui informado pelo meu ilustre amigo Celinho da Biquinha, que o Inter perdia por 1x0 confesso que ahei que ele estava equivocado ou tinha escrito errado. Corri logo para a transmissão online da parti e pude ver que o absurdo se concretizava. O Mazembe ainda ampliaria e eliminaria o favoritíssimo Colorado. Mas de onde veio essa zebra? Ninguém em sã consciencia imaginaria coisa semelhante. Bom, vamos aos fatos.
O Internacional se preparou para enfrentar o Pachuca do México e não o TP Mazembe, da República Democrática do Congo. Isso mesmo da inexpressiva República Democrática do Congo, 128ª no Ranking da FIFA, que herdou do Zaire a tradição de saco de pancadas. O TP Mazembe não era cotado nem para ganhar a Copa dos Campeões Africanos, quem dirá para eliminar o Inter e ir a final do mundial. Quando eliminou o Pachuca o Mazembe chegou contra o Inter como franco atirador. Os 8 mil colorados que foram até Abu Dhabi viram um Mazembre jogando um futebol primitivo, porém com muita aplicação, e um Inter displicente e desequilibrado, despreparado para virar um jogo adverso, mesmo com tantos bons jogadores. Celso Roth voltar a mostrar porque tinha fama de pé frio, apesar de que, na minha humilde opinião, o problema dele é incompetencia técnica.
Durante os 15 primeiros minutos o inter pressionou muito, mas Kidiaba, a figuraça no gol do Mazembe fechou a meta africana, mesmo com seu jeitão estabanado. Depois dos 20 minutos o Mazembe começou a atacar da forma primitiva que eu falava: chutão pra frente para a correria dos seus atacantes nas costas dos laterais colorados, que só se preocuram em atacar. O jogo foi para o intervalo 0x0, mas todos ainda apostavam no Inter, até que aos oito minutos do segundo tempo, numa dessas estabanadas e despretenciosas investidas africanas, kabangu colocou a bola no angulo do goleiro Renan, aproveitando um vácuo inconcebível no meio da zaga vermelha.
O jogo se tornou um quadro dantesco de desespero colorado. O Inter atacava com tudo e perdia um gol atrás do outro e o Mazembe seguia fazendo ligação direta do seu goleiro para os atacantes. Quando num desses chutões Kalayutuca dançou frente a Guiñazu e chutou para o gol, marcando o segundo do Mazembe, o Inter se rendeu em campo. As chances de recuperação eram nulas, tendo em vista que as substituições de Celso Roth foram erradas, ao tirarem Tinga e Sobis, mantendo em campo uma dupla de volantes que se via obrigada a apoiar o ataque.
A zebra estava feita. O poderoso campeão da Libertadores estava reduzido a coadjuvante frente ao desconhecido Mazembe, que fez a festa em Abu Dhabi. Esse jogo entrou para a história colorada como a mais patética e traumática eliminação dos gaúchos e rendeu ao Mazembe o honroso vice campeonato mundial, pois foi surrado por 3x0 pela Inter de Milão, que ao contrário dos brasileiros, matou o jogo logo no início. Sem falar que o Mazembe virou a maior vedete dos gremistas e ainda será lembrado por muito tempo, por essa bem sucedida excursão pelo oriente médio.
Fotos: spotv.globo.com
TP Mazembe 2 x 0 Internacional
TP Mazembe: Kidiaba, Nkulukuta, Kasusula, Kimwaki e Ekanga; Bedi, Mihayo e Kasongo; Singuluma, Kabangu (Kanda) e Kaluyituka. Técnico: Lamine N'Diaye.
Internacional: Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Wilson Matias, Guiñazu, Tinga (Giuliano) e D’Alessandro; Rafael Sobis (Oscar) e Alecsandro (Leandro Damião). Técnico: Celso Roth.
Gols: Kabangu aos 7 e Kaluyituka aos 40 do 2º tempo
Cartões amarelos: Nkulukuta e Kasulula (Mazembe) e Índio (Internacional).
Estádio: Mohammed Bin Zayed Stadium, em Abu Dhabi (EAU).
Data: 14/12/2010.
Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL) Auxiliares: Berry Simons (HOL) e Sander Van Roekel (HOL).
Público: 22.113 pagantes.
Durante esse ano de 2010, nenhuma zebra foi tão grandiosa quanto a encerrou o ano. Pra ser preciso, acho que nunca esperariamos uma zebra justo na competição mais previsível do ano, o Mundial de Clubes, onde o mais evidente é a final entre o campeão europeu e o sulamericano. Bom, pra alegria do quandoazebraentraemcampo e tristeza da nação colorada, dessa vez foi bem diferente.
Estava acompanhando a seme-final do Mundial de Clubes com a mesma convicção de sempre: assistir a uma pelada onde o representante latino eliminaria o africano. Tanto que até nem dava atenção a partida, por estar focado no trabalho (estava no trampo, o que é um mero detalhe). Quando fui informado pelo meu ilustre amigo Celinho da Biquinha, que o Inter perdia por 1x0 confesso que ahei que ele estava equivocado ou tinha escrito errado. Corri logo para a transmissão online da parti e pude ver que o absurdo se concretizava. O Mazembe ainda ampliaria e eliminaria o favoritíssimo Colorado. Mas de onde veio essa zebra? Ninguém em sã consciencia imaginaria coisa semelhante. Bom, vamos aos fatos.
O Internacional se preparou para enfrentar o Pachuca do México e não o TP Mazembe, da República Democrática do Congo. Isso mesmo da inexpressiva República Democrática do Congo, 128ª no Ranking da FIFA, que herdou do Zaire a tradição de saco de pancadas. O TP Mazembe não era cotado nem para ganhar a Copa dos Campeões Africanos, quem dirá para eliminar o Inter e ir a final do mundial. Quando eliminou o Pachuca o Mazembe chegou contra o Inter como franco atirador. Os 8 mil colorados que foram até Abu Dhabi viram um Mazembre jogando um futebol primitivo, porém com muita aplicação, e um Inter displicente e desequilibrado, despreparado para virar um jogo adverso, mesmo com tantos bons jogadores. Celso Roth voltar a mostrar porque tinha fama de pé frio, apesar de que, na minha humilde opinião, o problema dele é incompetencia técnica.
Durante os 15 primeiros minutos o inter pressionou muito, mas Kidiaba, a figuraça no gol do Mazembe fechou a meta africana, mesmo com seu jeitão estabanado. Depois dos 20 minutos o Mazembe começou a atacar da forma primitiva que eu falava: chutão pra frente para a correria dos seus atacantes nas costas dos laterais colorados, que só se preocuram em atacar. O jogo foi para o intervalo 0x0, mas todos ainda apostavam no Inter, até que aos oito minutos do segundo tempo, numa dessas estabanadas e despretenciosas investidas africanas, kabangu colocou a bola no angulo do goleiro Renan, aproveitando um vácuo inconcebível no meio da zaga vermelha.
O jogo se tornou um quadro dantesco de desespero colorado. O Inter atacava com tudo e perdia um gol atrás do outro e o Mazembe seguia fazendo ligação direta do seu goleiro para os atacantes. Quando num desses chutões Kalayutuca dançou frente a Guiñazu e chutou para o gol, marcando o segundo do Mazembe, o Inter se rendeu em campo. As chances de recuperação eram nulas, tendo em vista que as substituições de Celso Roth foram erradas, ao tirarem Tinga e Sobis, mantendo em campo uma dupla de volantes que se via obrigada a apoiar o ataque.
A zebra estava feita. O poderoso campeão da Libertadores estava reduzido a coadjuvante frente ao desconhecido Mazembe, que fez a festa em Abu Dhabi. Esse jogo entrou para a história colorada como a mais patética e traumática eliminação dos gaúchos e rendeu ao Mazembe o honroso vice campeonato mundial, pois foi surrado por 3x0 pela Inter de Milão, que ao contrário dos brasileiros, matou o jogo logo no início. Sem falar que o Mazembe virou a maior vedete dos gremistas e ainda será lembrado por muito tempo, por essa bem sucedida excursão pelo oriente médio.
Fotos: spotv.globo.com
TP Mazembe 2 x 0 Internacional
TP Mazembe: Kidiaba, Nkulukuta, Kasusula, Kimwaki e Ekanga; Bedi, Mihayo e Kasongo; Singuluma, Kabangu (Kanda) e Kaluyituka. Técnico: Lamine N'Diaye.
Internacional: Renan; Nei, Bolívar, Índio e Kleber; Wilson Matias, Guiñazu, Tinga (Giuliano) e D’Alessandro; Rafael Sobis (Oscar) e Alecsandro (Leandro Damião). Técnico: Celso Roth.
Gols: Kabangu aos 7 e Kaluyituka aos 40 do 2º tempo
Cartões amarelos: Nkulukuta e Kasulula (Mazembe) e Índio (Internacional).
Estádio: Mohammed Bin Zayed Stadium, em Abu Dhabi (EAU).
Data: 14/12/2010.
Árbitro: Bjorn Kuipers (HOL) Auxiliares: Berry Simons (HOL) e Sander Van Roekel (HOL).
Público: 22.113 pagantes.
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