quarta-feira, 29 de julho de 2009

O milagre de Berna


Milagres não acontecem todos os dias no futebol. O dia 4 de Julho de 1954 foi uma exceção. Essa foi a data da decisão da Copa do Mundo daquele ano, que tinha tudo para coroar uma seleção mágica.
Aquele mundial teve uma série de particularidades. Foi a primeira transmitida pela televisão e foi realizada na Suíça pelo fato Fo país ter ficado neutro na II Guerra Mundial. Essa copa marcou também a estréia da uniforme amarelo da seleção brasileira e principalmente, a queda de uma seleção inesquecível.
A seleção húngara era fantástica. Possuía craques como Ferenc Puskás, Nándor Hidegkuti, József Zakariás, Sándor Kocsis, Zoltán Czibor, dentre outros. Chegou a final daquele mundial com uma invencibilidade de 32 partidas, quase 5 anos sem perder. Havia sido a primeira seleção não britânica a vencer a Inglaterra em Wembley, quando venceram por em 6X3, em 1953. Conquistou a medalha de ouro no torneio olímpico de Helsink, em 1952, vencendo suas cinco partidas (2x1 Romênia, 3x0 Itália, 7x1 Turquia, 6x0 Suécia e 2x0 Iuguslávia). Ganhou de todos e muitas vezes de goleada. O técnico húngaro Gusztav Sebes criou um sistema revolucionário, no qual os atacantes não tinham posição fixa, cuja base era o Honved, time do exército húngaro, onde brilhavam Ferenc Puskas e Sandor Kocsis.
Naquela Copa foi arrasadora. Na primeira faz goleou a Coréia do Sul por 9x 0 e a Alemanha Ocidental, 8 a 3. Nas quartas e semifinal eliminou os finalistas da última copa, respectivamente o Brasil e o Uruguai, ambos por 4x2; sendo que contra o Uruguai, a partida havia terminado 2x2 no tempo normal. Nada parecia barrar o título da máquina húngara. Curiosamente, em todos os seus jogos, os húngaros abriam dois gols de vantagem nos primeiros 15 minutos de partida, talvez por terem sido a primeira seleção a se aquecer antes das partidas.
Seu adversário na decisão, o selecionado da Alemanha Ocidental, chegou a final depois de vencer a Turquia (3x1), ser goleado pela Hungria (8x3), vencer o jogo desempate contra a Turquia (7x2) e vencer Iuguslávia (2x0) e Áustria (6x1). Na derrota por 8x3, na primeira fase, o técnico Sepp Herberger escalou seus reservas, para poupar titulares e estudar a equipe húngara, sem expor sua força máxima.
Na final, o Wankdorf Stadium, em Berna, recebeu 60.000 pessoas que se espremerem para acompanhar a partida final que coroaria a seleção da Hungria. Choveu muito no dia da partida e Adi Dassler, proprietário da Adidas e fornecedor de material esportivo para a seleção alemã, forneceu chuteiras com cravos intercambiáveis, que se adaptariam melhor ao campo molhado.

Ferenc Puskás jogou machucado, mas, mesmo sem estar no melhor da sua forma, abriu o placar aos 6 minutos de jogo. Logo depois, aos 8, Zoltán Czibor ampliou e deu a todos a certeza do título. Quer dizer, a todos menos os alemães, que logo aos 10 minutos diminuíram com Max Morlock. A partida estava eletrizante e Helmut Rahn empatou aos 19. Os primeiros 20 minutos da decisão foram espetaculares. No restante do primeito tempo, os alemães seguraram o ímpeto húngaro, levando o empate para os vestiários.

No segundo tempo a Hungria perdeu muitas chances e acabou sendo levada pelo nervosismo. Acostumada a resolver logo a partida acabou presa ao esquema dos alemães, que "cozinharam" o jogo. Tudo indicava que terminaria empatada a partida, mas a seis minutos do fim, Rahn, que chutou da meia-lua da área, após rebatida da zaga húngara virou a partida. Seria um milagre? O excrete húngaro, antes imbatível, estaria perdendo? Depois, que Puskás ainda teve um gol anulado no finalzinho, por estar impedido; a certeza do inacreditável se deu. A Hungria perdeu o título.
Esse resultado foi um baque para aquele time, que nunca mais foi o mesmo. Já a Alemanha Ocidental cresceu muito com aquele resultado. A imagem dos alemães recebendo a Taça Jules Rimet com a torcida cantando junto o hino nacional alemão, foi tão emblemática para o país no pós-guerra quanto seria a queda do Muro de Berlim. A partida é conhecida como o Milagre de Berna, tendo sido tema de um filme, em 2003, que redebeu o mesmo nome.
Para os húngaros, que tiveram uma média de 5,4 gols por jogo, marcando 27 gols em 5 jogos, aquela derrota foi o maior desastre do seu futebol.

Foto: esportes.terra.com.br
www.duplipensar.net
fifa.com

ALEMANHA OCIDENTAL 3 x 2 HUNGRIA
Alemanha Ocidental: Turek; Posipal e Kohlmeyer; Eckel, Liebrich e Mai; Rahn, Morlock, Ottmar Walter, Fritz Walter e Schafer. Técnico: Sepp Herberger.
Hungria: Grosics; Buzansky e Lantos; Bozsik, Lorant e Zakarias; Czibor, Kocsis, Hidegkuti, Puskas e Toth. Técnico: Gusztav Sebes.
Gols: Puskas, aos 6; Czibor, aos 8; Morlock, aos 10; e Rahn, aos 18 do 1º tempo; e Rahn, aos 39, do 2º tempo.
Estádio: Wankdorf Stadium, em Berna (SUI) Data: 04/07/1954.
Árbitro: William Ling (ING). Auxiliares: Vincenzo Orlandini (ITA) e Benjamin Mervyn Griffiths (GAL).
Público: 62.472 pagantes

Confiram os lances dessa decisão histórica:

segunda-feira, 27 de julho de 2009

2004: O ANO DA ZEBRA NO HORÓSCOPO FUTEBOLÍSTICO - Tricolor de canoa furada

Mais um caso de zebra no ano de 2004. Esse foi menos falado mas não menos importante. Para aqueles que estão acostumados a um Gre-nal todo o ano, na decisão do Gauchão, esse ano tivemos uma surpresa. E não foi nem o Juventude, nem o Caxias. Foi um estreante na primeira divisão.

O Campeonato Gaúcho de 2004 teve uma formula confusa e nem um pouco prática. Naquela temporada, foi dividido em dois módulos. O grupo 1, possuía os integrantes do campeonato brasileiro (Grêmio, Inter, Juventude e Caxias) e os quatro melhores clubes do interior do Gauchão 2003 (Santa Cruz, Glória, XV de Campo Bom e São Gabriel). Eles foram divididos em dois grupos de quatro classificando-se os dois melhores de cada chave, para as semifinais e finais. Os dois que chegassem à final desse módulo (que foram Inter e Grêmio) estariam diretamente na fase final.
Depois disso, foi formado um grupo 2, com as 14 equipes do interior que disputavam a 1ª divisão do Gauchão, incluindo as 4 que estavam no grupo 1. Dessa maneira, apenas as equipes que disputavam o Brasileirão ficaram de fora dessa fase, que durou de março a maio, com turno e returno. Os dois primeiros desse grupo 2, Ulbra e Glória, se classificaram para a fase final juntamente à Grêmio e Internacional.
Essa confusão toda foi feita para manter os times do interior em atividade o maior tempo possível.
Bom, chegamos finalmente ao que interessa. As semifinais do Gauchão 2004 foram realizadas apenas no mês de junho, com dois times do interior e dois da capital. O Inter quase embarcou numa zebra, ao empatar com o Glória, por 2x2, depois de um empate de 1x1 no tempo normal, seguido de outro 1x1 na prorrogação. O Gigante de Beira Rio sofreu muito naquela noite, mas viu o Colorado vencer por 4x1 na disputa e pênaltis. Já o rival, Grêmio, não teve a mesma sorte.
O Tricolor dos Pampas enfrentou a Ulbra, em Canoas, esperando confirmar sua classificação. O estádio da Universidade de Canoas recebia um público razoável para o horário de 20h30, sendo que boa parte dos torcedores era de estudantes.Era a primeira vez na história que as duas equipes se enfrentavam. O time da Ulbra foi fundado em 2001 e aquela era apenas sua primeira participação no Gauchão.
Para o Grêmio era uma questão de honra ir à final daquele Gauchão, pois nos dois anos isso não acontecia. O time de Adílson Batista entrou em campo determinado, mas foi surpreendido ao fim do primeiro tempo, com a derrota parcial por 1x0. O gol surgiu na cobrança de escanteio. A bola rebatida sobrou para o zagueiro Marcelo, que dominou, girou e chutou no canto esquerdo.

A partida tinha um nível técnico baixo, mas era muito disputada. Depois da surpresa, o Grêmio reagiu e dominou o jogo, sendo que só não empatou ainda no primeiro tempo porque o goleiro Rafael fez grande defesa, na chance de Tiago Prado; e Christian perdeu um gol por driblar em excesso.
O Grêmio dominava o meio de campo e a Ulbra apostava nos seus alas. Num dessas saídas.
O Grêmio voltou mudado para o segundo tempo. Pressionou e conseguiu um pênalti logo no início. Luciano Ratinho bateu mal, o goleiro chegou na bola, mas ela entrou.
A Ulbra foi para cima e o meia Cléber chamou para si a responsabilidade. Exigiu grande defesa de Tavarelli, chutou uma bola na trave e, aos 26, marcou o segundo gol, num frango de Tavarelli, que aceitou um chute. Logo ele que foi o motivo de uma grande luta gremista para liberá-lo da seleção paraguaia.

Baloy foi expulso e, com um a menos, o grêmio sofreu o terceiro, com Fabrício e se não fossem a chances perdidas pela Ulbra, teria sido goleado.
Era mais uma zebra. A Ulbra chegou pela primeira fez na sua história a decisão do Gauchão. Perderia em casa para o Inter por 2x1, mas deixou claro que a cidade universitária de Canoas não possuía apenas times de vôlei e futsal.

ULBRA 3 x 1 GRÊMIO
Ulbra: Rafael; Renato Tilão, Marcelo e Sidnei; Barão, Bagnara, Lauro, Cléber e Evaldo(Sandro); Sinval e Fabrício Técnico: Armando Desessards.
Grêmio: Tavarelli; Michel, Baloy, Tiago Prado e Michel Bastos(Marcelo Magalhães); Cocito, Leanderson, Bruno e Leonardo Inácio (Luciano Ratinho); Claudio Pitbull e Christian (Rico) Técnico: Adílson Batista.
Gol: Marcelo, aos 18 do 1º tempo. Luciano Ratinho (pênalti), aos 7; Cléber, aos 26, e Fabrício, aos 38 do 2º tempo.
Cartões amarelos: Evaldo e Sinval (Ulbra); Cocito (Grêmio).
Cartão vermelho: Baloy (Grêmio).
Estádio: Complexo Esportivo Ulbra, em Canoas (RS)
Data: 02/06/2004.
Árbitro: Fabrício Corrêa (RS) Auxiliares: Paulo Ricardo Conceição (RS) e Vili Tissot (RS).
Público:

domingo, 26 de julho de 2009

Os chipolopolos

Um excelente celeiro de zebras é a África. Por mais que sejam bons os resultados das seleções africanos, sempre vemos com desconfiança as seleções daquele continente. E em muitas das vezes, nos deparamos com resultados de cair o queixo.
Nada melhor que uma Olimpíada para uma boa zebra ganhar destaque. Nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, não foi diferente.
Para muitos, foi o torneio mais disputado da história Olímpica, tendo contado com as quatro seleções mais vencedoras desse esporte: Brasil, Alemanha Ocidental, Itália e Argentina. Durante a primeira fase, tudo correu com tranqüilidade nos grupos A, onde Suécia e Alemanha Ocidental eliminaram Tunísia e China; e no grupo C, onde União Soviética e Argentina passaram por Coréia do Sul e Estados Unidos. No grupo D, o grupo do Brasil, houve uma pequena surpresa quando a Austrália eliminou a Iuguslávia, se classificando em segundo, atrás da seleção brasileira. Já a Nigéria foi coadjuvante.

A grande zebra estava para o grupo B. Na primeira rodada, a favorita do grupo, a Itália, venceu com sobras a Guatemala, por 5x2, enquanto as desconhecidas seleções do Iraque e da Zâmbia empataram em 2x2. Na segunda rodada, era esperada uma sonora goleada da Itália para cima da seleção de Zâmbia. Passou longe disso.
A Itália possuía bons valores, como Tacconi, Virdis, De Agostini, Rizzitelli, Carnevale e um certo Baggio. Entrou em campo sem muitas informações sobre a seleção da Zâmbia, mas certa da vitória. O cartão de visitas dos africanos foi inesquecível. A Itália entrou desatenta e levou o primeiro gol. Desorientada e sem muito volume de jogo, se viu perdida na velocidade dos africanos, que comandados por um jovem de nome Kalusha Bwalya, que comandou a equipe na partida. Ele marcou três gols e deu passe para outro. Isso mesmo, sua conta está certo. A seleção da Zâmbia venceu a Itália por 4x0 e surpreendeu a todos. A surpresa aumentou quando na última rodada, repetiram o 4x0 contra a Guatemala e se classificaram em primeiro do grupo, com os italianos em segundo. Apresentaram um futebol, ousado, divertido e irreverente. Depois a ordem seria restabelecida, com a Alemanha Ocidental eliminando Zâmbia nas quartas, devolvendo o placar de 4x0.

Aquela zebra repercutiu muito na África. Os jornais zambianos insinuaram que nunca se vendeu tantos mapas africanos na Itália como depois daquela partida. O principal nome do time, Kalusha Bwalya, foi eleito Jogador do Ano na África em 1988.
O resultado foi importante, pois deu ânimo àquela geração, que passou a ser respeitada. Alguns de seus jogadores foram jogar em times do exterior, como o PSV Eindhoven da Holanda, o Brugge da Bélgica e o Argentino Juniors da Argentina.
Anos mais tarde, a seleção de Zâmbia fez uma ótima campanha nas eliminatórias para a Copa de 1994, nos EUA, chegando a ser líder do seu grupo, mas após um acidente aéreo, perdeu 18 de seus jogadores. Acabou perdendo a vaga para o Marrocos, quando já era tida como favorita.
Mesmo com o fim trágico daquela geração, aquela campanha olímpica ficou para a história, por ter representado a primeira e grande aparição dos chipolopolos (como eram conhecidos os jogadores da Zâmbia) no cenário internacional.

Fotos: www.gardenal.org/balipodo

ITÁLIA 0 x 4 ZÂMBIA
Itália: Tacconi, Tassotti, Cravero(Pellegrini), De Agostini e Ferrara; Colombo(Crippa), Mauro, Galia e Iachini; Carnevale e Virdis. Técnico:
Zâmbia: DChabala, Chabinga, Melu, Chomba e Mumba; J.Bwalya, Musonda, Makinka e K.Bwalya; Nyirenda (Chikabala) e Chansa. Técnico:
Gol: Kalusha Bwalya, aos 41 do 1º tempo. Kalusha Bwalya, aos 11 e 44; e Johnson Bwalya, aos 19 do 2º tempo.
Estádio: , em Kwangju (COR)
Data: 19/09/1988.
Árbitro: Keith Hackett (Eng) Auxiliares: S. Takada (JAP) e J. Loustau (ARG)
Público: 9.800 pagantes.

Caso seja difícil de acreditar, assistam aos gols dessa partida:

sábado, 25 de julho de 2009

O Mosca na sopa do Botafogo

O Brasileirão de 1984 (ou Copa União, se preferirem), propiciou algumas situações inusitadas. Parte delas referentes ao seu regulamento, que era recheado de fases e repescagens. O critério para participação era a classificação nos Estaduais do ano anterior. Para evitar a ausência dos grandes e não precisar convidá-los posteriormente, a CBF reservou duas vagas para clubes de tradição que não conquistassem a vaga diretamente. Isso foi providencial para o Vasco (sétimo no Carioca) e Grêmio (terceiro no Gaúcho). O primeiro colocado na fase inicial da Série B entraria na disputa da série A. Uma bela bagunça, que teve cinco fases, incluindo uma repescagem.

Alheio a isso o time do Botafogo entrou na disputa pensando no título, apesar de não ter feito uma boa campanha no campeonato carioca do ano anterior, onde terminou em quinto. Porém tinha uma equipe competitiva.
Na primeira fase se classificou em segundo no seu grupo, atrás do Santa Cruz de Recife. O grupo ainda contava com a Portuguesa, que se classificou em 3º lugar e os eliminados Auto Esporte, do Piauí, e Moto Club, do Maranhão. Esse mesmo Moto Club venceu o Fogão no Maracanã, no dia 22 de fevereiro, com gol de Cândido. Mas calma essa ainda não é a zebra de que tratarei. Coisa pior estava por vir.
Na segunda fase o Botafogo entrou como favorito, junto com o América do Rio, num grupo que tinha ainda Coritiba e Operário do Mato Grosso. Nas duas primeiras rodadas, um empate com o Operário, em Cuiabá, e uma vitória sobre o Coritiba, no Maracanã, mantiveram tudo no seu devido lugar. Porém, o Botafogo se complicou empatando os dois jogos seguintes, contra América e Coritiba. Mas mesmo assim precisava de uma vitória em um dos dois jogos que faltavam para se classificar. E não é que o Botadogo perdeu para o América e deixou tudo para a última rodada?
Ainda assim, estava tudo sobre controle. Era só vencer o modesto Operário/MT, que ainda não tinha vencido ninguém na segunda fase. Mas havia uma mosca na sopa do time da estrela solitária. Ou melhor um mosca.
No último jogo, realizado em São Januário (daí, já se nota que tudo começou errado. Botafogo jogando com seu mando de campo em São Januário não poderia ser um bom presságio), o Operário venceu por um a zero, com um gol do Mosca. Nenhum dos pouco mais de seis mil corajosos botafoguenses que compareceram ao jogo acreditaram no vexame do seu time. O resultado eliminou surpreendentemente o Botafogo e, de quebra deixou a equipe carioca em último lugar no grupo.
O Mosca acabou propiciando uma zebra do tamanho de um elefante.

Foto: reliquiasdofutebol.blogspot.com

BOTAFOGO 0 x 1 OPERÁRIO/MT
Botafogo: Paulo Sérgio; Josimar, Caxias, Cristiano e Paulo Roberto; Demétrio, Nininho (Cláudio) e Berg; Djalma Baia, Claudio Adão e Té. Técnico: Didi
Operário/MT: Mão de Onça; Alcir, Laércio, Agnaldo e Jorge Macedo; Ivanildo, Claudio Barbosa e Dito Serqueira; Zé Dias, Luisão e Mosca. Técnico: Nivaldo Santana
Gol: Mosca.
Cartões amarelos: Paulo Roberto, Josimar (Botafogo); Mosca, Zé Dias e Agnaldo (Operário/MT).
Estádio: São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Data: 01/04/1984.
Árbitro:
Auxiliares:
Público: 6.094 pagantes.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

2004: O ANO DA ZEBRA NO HORÓSCOPO FUTEBOLÍSTICO - De Vaca manda o Brasil para o brejo

Abro aqui uma série especial neste blog. Seguindo uma sugestão do meu ilustre amigo Glauber Fernando , começo uma série sobre o ano máximo da proliferação das zebras no futebol mundial. “2004: o ano da zebra no horóscopo futebolístico” vem para retratar a grande quantidade de surpresas que esse ano atípico nos reservou, seja em âmbito nacional ou internacional. A tradição sofreu muito nesse ano e é isso que veremos nos posts dessa série.

O pimeiro caso retratado já foi bastante intrigante. Num ano Olímpico, a seleção brasileira de futebol masculino se preparou para a inédita medalha de ouro no torneio de futebol das Olímpiadas. Atenas era a meta maior do time comandado por Ricardo Gomes. O Pré-olímpico do Chile era mera formalidade.
O Brasil contava com Gomes, Maicon, Edu Dracena e Wendell, campeões da Copa do Brasil e do Brasileirão pelo Cruzeiro em 2003; Alex, Paulo Almeida, Diego e Robinho, vice-campeões da Libertadores e do Brasileirão pelo Santos; sem contar as jovens revelações do Internacional, Daniel Carvalho e Nilmar; o lateral Maxwell, da Inter de Milão; o volante Dudu Cearense, do Vitória; e Dagoberto, atacante do Atlético Paranaense. Era um time para ganhar medalha de ouro.

Na primeira fase o Brasil sofreu com alguns dificuldades de adaptação e classificou-se em segundo lugar no seu grupo, com duas vitórias (4x0 na Venezuela e 3x0 no Paraguai) e dois empates (1x1 Uruguai e 1x1 Chile). Como apenas os primeiros lugares de cada grupo passavam direto para a fase final, o Brasil foi obrigado a disputar a repescagem contra o terceiro lugar do outro grupo, a Colômbia, a quem venceu por 3x0. Já o Paraguai passou a duras penas pelo Equador, vencendo nos penalts por 4x2, após empate em 0x0.

A fase final contava com Brasil, Paraguai, Argentina e o Chile. Na estréia na fase final, o Brasil foi derrotado por 1x0 pela Argentina, num clássico extremamente catimbado, onde os jogadores brasileiros perderam a cabeça e entraram no jogo dos argentinos. Na segunda rodada, um jogo tenso e uma vitória sofrida por 3x1 contra os donos da casa, os chilenos. Chegariamos a última rodada empatados em 3 pontos com o Paraguai, jogando por um empate pela vaga em Atenas.
Os paraguais vinham de uma derrota pra Argentina e uma vitória contra o Chile. Desfalcados, não deciam oferecer muita ressistência. Não foi bem o que aconteceu.
Na partida decisiva, no domingo, dia 25 de Janeiro, em Viña Del Mar, foi totalmente atípica.
Os jogadores brasileiros não pareciam disputar uma decisão, enquanto o Paraguai partiu pra cima e cansou de perder gols. O Paraguai marcou na saída de bola brasileira e o contra-ataque sempre levava perigo ao gol de Gomes. Aos 32 minutos, após cruzamento de Edgar Barreto, De Vaca subiu de cabeça e marcou o gol que seria o da classificação paraguaia.

Precisando do empate, o Brasil voltou mais disposto no segundo tempo. Entretanto, não conseguiu furar a retranca paraguaia. No segundo tempo o Paraguai recuou e se preocupou apenas em defender. Insistindo em carregar a bola e com suas principais estrelas, Robinho e Diego, completamente apagadas, pouco perigo ofereceu ao gol paraguaio. Nas poucas vezes que as finalizações brasileiras foram ao gol, o goleiro Diego Barreto efetuou ótimas defesas.
Errando muito, acabou desclassificado no pré-olímpico pela terceira vez em sua história. O Brasil ficou fora das Olimpíadas e teve que assistir os jogos de Paraguai e Argentina pela TV. O técnico Ricardo Gomes assumiu a culpa pela derrota, mas isso não conseguiu aliviar o peso da decepção daquele time, que tinha tudo para ser campeão olímpico. Àquela altura, já tinhamos indícios de que 2004 poderia sim ser o ano da zebra.

Fotos: globoesporte.com

BRASIL 0 x 1 PARAGUAI
Brasil: Gomes; Elano, Edu Dracena, Alex e Wendell; Paulo Almeida (Dagoberto), Dudu Cearense, Diego (Nilmar) e Daniel Carvalho; Robinho e Marcel (Adaílton). Técnico: Ricardo Gomes.
Paraguai: Diego Barreto; Martínez (Villalba), De Vaca, Manzur e Felipe Gimenez; Torres, Edgar Barreto (Irala), Figueredo e Díaz; Bareiro e Pablo Gimenez (Alvarenga). Técnico: Carlos Jara.
Gol: De Vaca, aos 32 do 1º tempo.
Cartões amarelos: Diego, Adaílton e Elano (Brasil); Figueredo, Felipe Gimenez e Alvarenga (Paraguai).
Cartão vermelho: Edu Dracena (Brasil).
Estádio: Sausalito, em Viña del Mar (CHI)
Data: 25/01/2004.
Árbitro: Gustavo Mendez (URU) Auxiliares: Félix Badaraco (Equador) e Pablo Fandiño (Uruguai).
Público: 9.000 pagantes.

O milésimo jogo de Pelé pelo Santos

Jogos festivos são campos propícios para a aparição de zebras. Parece que o ambiente de comemoração de resultados ou marcas importantes atrai resultados inesperados. Fato semelhante se deu no ano de 1972, em Fortaleza, quando um certo Rei comemorava mais uma das grandes marcas de sua vitoriosa carreira.
O jogo entre Santos e Ceará, em Fortaleza, marcaria o milésimo jogo de Pelé com a camisa do Santos. Uma marca e tanto, principalmente para o Rei, que era além de tudo uma bandeira do time do Santos. E além da comemoração da marca, o jogo era válido pela primeira fase do Campeonato Brasileiro daquele ano. O dia 03 de Novembro estava marcado para ficar na história e o resultado esperado era mais uma vitória do time santista.

Apesar de não possuir o mesmo esquadrão da década de 60, o santos, comandando pelo técnico Pepe, apresentava uma equipe muito superior a do Ceará. E ninguém duvidava que Pelé fazia a diferença. Como fez no primeiro tempo.
O Santos impôs seu jogo no início da partida, mas o Ceará logo equilibrou ações, aproveitando-se do apoio do torcedor. Pelé abriu o placar para o Santos, com muitas festa por parte dos jogadores e até mesmo da torcida do Ceará. O primeiro tempo terminou no 1x0 para o time da Vila Belmiro.
Mas o segundo tempo foi diferente. O time do Ceará voltou a campo disposto a virar o placar. E conseguiu. Com gols de Samuel, aos 13, e Da Costa, de cabeça, aos 30, o Vozão (como é conhecido o Ceará) virou a partida e surpreendentemente venceu o Santos.

Como de costume, existe sempre uma história sobre a partida, que, como não pode ser comprovada com fidelidade, acaba ficando para o folclore do futebol. Neste jogo, O autor do gol da virada, Da Costa, teria sido beneficiado por uma aposta entre torcedores. Um cearense, de nome Paulino Rocha, teria apostado com um torcedor rival, de nome Rolim, que o gol da vitória seria do Da Costa. Caso isso acontecesse, o perdedor pagaria o valor integral da aposta ao jogador do Ceará.
Bom, se foi assim que aconteceu, Da Costa pode ter ganhado uma boa grana, enquanto o futebol brasileiro ganhou uma boa zebra, num dia em que o estádio Presidente Vargas presenciou uma bela partida.

Fotos: cearaumapaixao.blogspot.com (Ceará)
www.museudosesportes.com.br (Santos)

CEARÁ 2 x 1 SANTOS
Ceará: Hélio, Paulo Tavares, Odélio, Mauro Calixto e Dimas; Edmar, Joãozinho, Nádio e Jorge Costa; Da Costa e Samuel. Técnico: Ivonísio Mosca.
Santos: Joel Mendes, Turcão, Altivo, Paulo e Murias (Vicente); Léo Oliveira, Roberto Carlos, Pitico e Afonsinho (Edu); Ferreira, e Pelé. Técnico: Pepe.
Gols: Pelé, aos do 1º tempo; Samuel, aos 17 , e Da Costa aos 30 do 2º tempo.
Estádio: Presidente Vargas, em Fortaleza (CE)
Data: 03/11/1972.
Árbitro:
Auxiliares:
Público: 35.752 pagantes

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tango com os leões



Camarões fazia apenas a sua segunda participação em Copas do Mundo, sendo que na anterior, na Espanha em 1982, o máximo que consegui fazer foi se envolver na polêmica de um possível jogo vendido para classificar a Itália, na primeira fase.
A comunidade futebolística internacional não esperava muito de um time que tinha como craque o jogador Roger Milla, de 38 anos.
Era a abertura da Copa do Mundo da Itália, e como de costume, a seleção atual campeã entrava em campo, cercada de favoritismo. Campeões em 1986, os argentinos liderados por Maradona e Caniggia esperavam desfilar na primeira partida. Maradona se sentia em casa, por jogar a copa no país em que atuava, pois era atacante do Nápoli, clube italiano.
Tendo início a partida, logo de cara, aos 2 minutos, a Argentina chega ao ataque para testar Tomas N´Kono, que viria ser o primeiro goleiro africano a ficar entre os melhores jogadores daquela temporada. A velocidade dos camaroneses surpreendeu os argentinos, ainda mais aos 10 minutos, quando Pumpido precisou salvar a finalização de Makanaky. O domínio argentino era evidente, mas os contra-ataques camaroneses sempre assustavam o goleiro Pumpido.
A torcida camaronesa fazia muita festa em San Siro vendo, no segundo tempo, as posições se inverterem. Camarões se lançou ao ataque de forma inconseqüente, sofrendo com os contragolpes argentinos. O juiz francês prejudicou Camarões ao expulsar Kanã Biyik, de forma injusta, quando Caniggia caiu sozinho numa das investidas de perigo da Argentina.

Isso não diminuiu o ímpeto camaronês, que continuou jogando da mesma forma até que as 22 minutos, Omam-Biyik ganhou de cabeça da zaga porteña, após uma cobrança de falta, e cabeceou fraco para o frango do goleiro Pumpido. A bola passou por baixo das mãos do arqueiro e deu iniciou a uma das maiores zebras da história das copas.
Para a surpresa geral Camarões continuou se lançando ao ataque, sem retranca ou futebol defensivo. A Argentina aproveitou-se disso para puxar os contra-ataques e levar perigo. Caniggia ainda tiraria mais um de campo, pois Massing e foi expulso após falta violenta no argentino. Mesmo em vantagem numérica, os argentinos não reverteram o placar e sofreram o inesperado revés na estréia.

A banca dos campeões do mundo não durou muito e quase se complicaram. Se classificaram em 3º lugar no grupo B, após empate contra a Romênia e vitória contra a União Soviética. Depois se recuperariam, venceriam o Brasil e iriam para a final.
Já Camarões assumiu o papel de zebra e avançou até as quartas de final, onde seriam eliminados na prorrogação pelos ingleses, graças a um futebol ofensivo e inconseqüente.
Mas graças a essa zebra, os “Leões indomáveis” cresceram, e Camarões se tornou uma das maiores forças do futebol africano e ganhando destaque internacional.

Fotos: blogdopepino.zip.net (San Siro)
www.zerozero.pt (comemoração do gol)
www.sorryperiferia.blogger.com.br (lance do gol)

ARGENTINA 0 x 1 CAMARÕES
Argentina: Pumpido, Simon, Ruggeri (Caniggia), Fabbri; Sensini (Calderón), Lorenzo, Batista, Burruchaga; Basualdo, Maradona, Balbo. Técnico: Carlos Billardo
Camarões: N´Kono, Ebwelle, Massing, Kunde e N´Dip; Tataw, M´Bouh, Kana-Biyik e Makanaky (Milla); M´Fede (Libiih) e Omam-Biyik. Técnico: Nepomnyashchiy
Gol: Omam Biyik, aos 22 do 2º tempo.
Cartões amarelos: Sensini (Argentina); Massing, N´Dip e M´Bouh (Camarões)
Cartões vermelhos: Kana Biyik e Massing (Camarões)
Estádio: Giuseppe Meazza (San Siro), em Milão (ITA)
Data: 08/06/1990.
Árbitro: Michel Vautrot (FRA) Auxiliares: Michal Listkiewicz (POL) e Vincent Mauro (EUA)
Público: 73.860 pagantes

Vejam o vídeo sobre aquela surpresa na abertura da copa de 90:

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O time do senador


Aquela noite no Mineirão não era muito atrativa para os fanáticos por futebol. Afinal de contas, não havia muito que se esperar de um partida entre o Galo e o até então desconhecido Brasiliense.
O time de Taguatinga, cidade satélite de Brasília, possuía uma curta história de dois anos de fundação e surgiu de forma meteórica na Copa do Brasil. Já era considerado uma zebra, pois havia eliminado o Fluminense com duas vitórias. Mas não havia apresentado um futebol que metesse medo em alguém.
O Atlético, que fazia sua melhor participação em Copas do Brasil (igualando a de 2000 quando também foi semifinalista), via a grande chance de chegar pela primeira vez a decisão. O time passou com dificuldades por Sport, Inter e Bahia e chegou à semifinal contra um desconhecido time de Brasília, que na época nem tinha se classificado para disputar a Série C do Brasileirão.
O Mineirão recebeu um bom público naquela noite. Mais de 20 mil atleticanos foram a campo na certeza de ver o time chegar pela primeira vez à final do torneio. Mas quando a bola rolou, a história foi diferente. O Brasiliense jogou um futebol simples e eficiente, anulando o time atleticano. Pareciam haver muito mais jogadores de amarelo em campo. Ainda no primeiro, Gil Baiano cobrou uma falta com perfeição e abriu o placar para o Brasiliense. O Atlético perder o rumo e apresentou todo o seu descontrole.

O principal destaque daquela competição, o atacante Welllington Dias desfilou em campo, armando jogadas e puxando os contra-ataques de seu time. A torcida não acreditou quando viu Weldon e o endiabrado Welllington Dias ampliarem o placar no segundo tempo. Muitos não quiseram nem terminar de ver a partida.
O Galo amargava um de seus maiores vexames no Mineirão. Chegaria até a fazer uma boa partida no jogo de volta em Taguatinga, mas perderia por 2x1 e sairia de forma surpreendente da Copa do Brasil.
Já o Brasiliense, time do senador Luis Estevão, (isso mesmo, ele era fundador, sócio e presidente do clube) se tornava o clube mais jovem a disputar a final da Copa do Brasil, onde perderia o título para o Corinthians, após ser vergonhosamente garfado pela arbitragem.
Porém o time pago pelo dinheiro púb... quer dizer, pelas empresas do senador, escreveu seu nome na história do futebol brasileiro. E na do Galo.


ATLÉTICO/MG 0 x 3 BRASILIENSE
Atlético/MG: Milagres, Gutiérrez (Baiano), Marcelo Djian e Edgar; Bruno (Paulinho), Mancini, Bosco, Gilberto Silva e Rubens Júnior,Wellington Amorim (Éwerton), Guilherme. Técnico: Levir Culpi.
Brasiliense: Donizeti, Carioca, Aldo, Thiago e Emérson Ávila; Evandro, Moisés, Gil Baiano (Maurício) e Wellington Dias; Auecione (Cris) e Jackson (Weldon). Técnico: Péricles Chamusca.
Gols: Gil Baiano, aos 30 do 1º tempo; Weldon, aos 35 , e Wellington Dias aos 46 do 2º tempo.
Cartões Amarelos: Baiano e Guilherme (Atlético/MG).
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Data: 24/04/2002.
Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP) Auxiliares:
Público: 22.269 pagantes

terça-feira, 21 de julho de 2009

O Independência e a primeira grande zebra das copas

Monte uma seleção de jogadores da sua rua, se possível que nunca tenham jogado juntos e derrote a Seleção Brasileira. Difícil? Coisa semelhante foi feita há alguns anos no bairro do Horto, em BH.
Essa é reconhecida mundialmente como a primeira grande zebra da história das Copas do Mundo. A cidade de Belo Horizonte, mais precisamente o estádio Independência, foi palco de um jogo que tinha tudo para ser apenas uma mera formalidade, mas ganhou status de partida épica¹.
A poderosa seleção britânica fazia sua estréia em Copas do Mundo e surgia como a franca favorita a desbancar os anfitriões brasileiros. Até então, competindo como Reino Unido, se mantinha imbatível. Mesclava atletas ingleses e escoceses, sendo que nunca tinha perdido em Wembley, Londres, e no Hampden Park, Glasgow, as duas casas dos British Lions (leões britânicos, como eram conhecidos). Porém, nunca haviam disputado uma competição oficial com os profissionais, sendo que sua fama foi construída à base de amistosos.
A Copa de 1950 foi sua estréia no cenário mundial. Curiosamente, Escócia e Inglaterra disputaram as eliminatórias separadas, com a Inglaterra terminando em primeiro. Como ficaram em segundo os escoceses desistiram de competir, por achar sem sentido jogarem, já que a Inglaterra já representaria o Reino Unido. Mesmo sem jogadores da escócia, a Inglaterra havia vencido, antes de embarcar para a copa, um combinado europeu por 6x1.
O favoritismo se confirmou ao vencer o Chile na estréia por 2x0, no Maracanã. O próximo adversário seria a seleção dos Estados Unidos. Tratava-se de uma equipe amadora onde o único profissional era Ed McIleny. O treinador Bill Jeffrey, para formar um time e trazer ao Brasil com o único intuito de fazer parte de uma competição que “parecia” ser importante (os americanos mal tinham conhecimento do que vinha a ser a Copa do Mundo), convocou um lavador de pratos, um professor, um motorista de carro fúnebre e outros trabalhadores. Nos amistosos antes da Copa, perderam de nove para a Itália, de cinco para a Irlanda do Norte e de quatro para a Escócia. Sem dúvida era uma barbada.
Os ingleses, concentrados em Nova Lima, chegaram até a se preparam fazendo amistosos com o Vila Nova, clube local, mas devido ao bom resultado na primeira rodada, desprezaram os Estados Unidos e abusaram da indolência. Pouparam titulares para a partida e comemoraram dias antes a vitória.

Entretanto, no dia 29 de junho de 1950, no estádio Independência, o inexpressível time dos Estados Unidos entrou para a história do futebol mundial vencendo a Inglaterra por 1x0. Para o jornalista Plínio Barreto, colunista do jornal Estado de Minas, aquele “foi um grande acontecimento, uma zebra universal”. Mesmo com a total pressão da Inglaterra, o estádio todo torceu pelo time mais fraco e foi ao delírio quando, aos 38 do 1º tempo, no primeiro ataque dos americanos, seu único atleta negro, Joe Gaetjens subiu de cabeça e fez o gol histórico. Haitiano de nascimento, era um estudante de 26 anos, que de uma hora para outro virou herói, tendo saído ao fim da partida carregado pela multidão que invadiu o campo.
O mundo não acreditava nas notícias que chegavam do Brasil. Os jornais ingleses estampavam a manchete “Inglaterra10x1EUA”, por acharam que o resultado de 1x0 para os EUA, que chegou pelo telex, estaria com algum erro.


Gaetjens mostrou que no futebol tudo poderia acontecer. Depois da Copa, ele foi jogar na França pelo Racing Clube de Paris e pelo Troyes, mas em 1954 voltou para o Haiti, onde morreu durante a ditadura. Infelizmente, a repercussão do seu feito foi quase nenhuma. O autor do gol mais importante da história do futebol dos Estados Unidos sequer conseguiu se tornar um cidadão americano e teve seu nome escrito como sendo Larry em alguns jornais e livros britânicos. A única homenagem a seu nome foi em 1976, quando seu nome foi inscrito no Hall da Fama do futebol dos Estados Unidos.
Os EUA foram eliminados na primeira fase, pois perderam suas duas outras partidas por 3x1 para Espanha e 5x2 para o Chile, mas saíram do Brasil como campeões. Já a Inglaterra, com a moral abalada, perdeu para a Espanha por 1x0 e foram desclassificados ainda na primeira fase. Ao contrário dos americanos, voltaram para casa humilhados e tendo que engolir a sua tradicional arrogância.

¹A título de curiosidade, a história desse jogo foi retratada no filme de 2005, The Game of Their Lives , dirigido por Davis Anspaugh.

Fotos: www1.folha.uol.com.br(foto de Gaetjens)
marcionlinehoje.blogspot.com (lance do gol)


EUA 1 x 0 INGLATERRA
Eua: Borghi, Pariani e Edward Souza; John Souza,Ed McIlvenny e Colombo; Joe Gaetjens, Keough, Wallace, Bahr e John Maca. Técnico: Bill Jeffrey .
Inglaterra: Burt Williams, Mannion e Finney; Billy Wright, Ramsey e Aston; Mortensen, Hughes, Dickinson, Bentley e Mullen. Técnico: Walter Winterbottom.
Gols: Gaetjens aos 38min do 1º Tempo.
Estádio: Independência, em Belo Horizonte (MG) Data: 29/06/1950.
Árbitro: Generoso Dattilo (ITA). Auxiliares: Charles De La Salle (FRA) e Giovanni Galeatti (ITA).
Público: 10.000 pagantes

Veja abaixo, o trailler do filme de 2005, que conta a história dessa partida:

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Os cavalos alados assombram o mundo

O ditador Kim Jong-il era um jovem de 24 anos e, provavelmente ainda nem cometia das suas sandices, quando um grupo de jogadores pioneiros colocava a Ásia no mapa do futebol mundial.
Era a Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, e a Coréia do Norte se tornou a primeira seleção do continente asiático a disputar o mundial. Nas eliminatórias para aquela copa eram tão escassos os time que precisaram enfrentar apenas a Austrália e venceram as duas partidas, por 6x1 e 3x1.

O time apelidado de Chollimas (cavalos alados), chegou ao mundial completamente desconhecido e por se tratar de um país sem expressão nenhuma no futebol, onde o esporte era totalmente amador, era tido como saco de pancadas. E isso se concretizou nas duas primeiras rodadas, quando foram derrotados pela União Soviética por 3x0 e empataram com o fraco Chile, por 1x1.
Na última rodada, enfrentariam os bi-campeões italianos, que haviam vencido por 2x0 o Chile e perdido de 1x0 para os soviéticos. Era uma barbada a vitória italiana.
No início da partida a Coréia do Norte aplicou uma correria desenfreada ao jogo deixando a sólida defesa italiana meio perdida em campo. O que parecia impossível aconteceu, quando Pak Doo-ik marcou, aos 42 minutos do primeiro tempo, o gol que entrou para a história do futebol. Dai em diante foi um jogo franco onde o norte-coreanos suportaram as investidas italianas e com velocidade levavam perigo ao seu adversário.
Final de jogo e surpresa geral, seguida de aplausos enfusivos ao coreanos que inacreditavelmente venceram a Itália e se classificaram.
Nas quartas de final, quase apronaram denovo. No jogo contra Portugal, qua havia eliminado o Brasil, chegaram a abrir 3x0 assustando a todos, mas cansaram, devido ao seu ritmo alucinante, e levaram a virada. Perderam de 5x3 com direito a show de Eusébio.
Mas aquele já tinha feito história e assombrado o mundo de maneira positiva, feito que lhes rendeu até um documentário, chamado "O jogo de suas vidas" (The game of their lives), de autoria de Daniel Gordon e produzido por Nicholas Bonner, que foi lançado em 2002.
Eles estarão de volta em 2010. Espero que o seu ditador não ordene um ataque nuclear se o time não fizer uma campanha tão boa quanto aquela.

CORÉIA DO NORTE 1 x 0 ITÁLIA
Coréia do Norte: Chan Lee Myung, Yung-Kyoo Shin e Zoong-Sun Lim; Pak Doo-Ik, Bong-Zin Han, Yoon-Kyung Oh e Won Yong-Ha; Seung-Hwi Im, Pak Seung-Zin, Seung-Kook Yang e Bong-Hwan Kim. Técnico: Rye-Hyun Myung
Itália: Albertosi, Facchetti e Janich; Fogli, Guarneri, Landini, Mazzola e Rivera; Barison, Bulgarelli e Perani. Técnico: Edmondo Fabbri
Gols: Pak Doo Ik, aos 42 do 1º tempo.
Estádio: Ayresome Park, em Middlesbrough (ING)
Data: 19/07/1966.
Árbitro: Pierre Schwinte (FRA). Auxiliares: John Adair Linesmen (IRL. do NORTE) e Jack Taylor (ING).
Público: 18.727 pagantes

Foto: futebolhistoria.blogspot.com

Abaixo o trecho do documentário sobre essa partida:

Cabañas e o novo Maracanazo

Olá, amigos.

Esse jogo ocorreu na Libertadores de 2008 e foi sem dúvida um daqueles jogos que você se pergunta se aconteceu mesmo. Naquela quarta, 7 de maio, eu estava voltei para a casa depois da derrota do meu time, Cruzeiro, para o Boca Jrs., por 2x1, e fui dormir, sem querer acompanhar o restante da rodada. No outro dia, entro nos sites de notícias e me deparo com essa notícia: "América elimina o Flamengo em dia de novo Maracanazo". Não acreditei naquilo, como muitos rubro-negros também não acreditaram.
Tratava-se do jogo de volta das oitavas-de-final da Taça Libertadores e o Flamengo era o franco favorito. Além de possuir uma das melhores campanhas da competição até então, havia vencido no México por 4x2, com exibição de gala do atacante Marcinho. Tudo encaminhado para a classificação. Já o time mexicano só permaneceu na competição graças a sensacionais defesas de seu goleiro Ochoa, que salvara o time na primeira fase e no primeiro jogo das oitavas.

O jogo do Maracanã ganhou clima de festa. Era a despedida de Joel Santana, que ia treinar a seleção da África do Sul, e também a festa de entrega das faixas de campeão do estadual, cuja a final havia sido três dias antes, com uma emocionante vitória sobre o Botafogo.
No começo do jogo apenas o Flamengo atacou, com jogadas de Kleberson e Juan pela esquerda. Souza perdeu um gol dentro da pequena área.
Então começou a brilhar a estrela da matador paraguaio Cabañas. Aos 20 minutos, num chute de fora da área, cheio de efeito abriu o placar para o América. O Flamengo continuou a dominar o jogo e Juan e principalmente Souza perderam boas chances.
A ansiedade tomou conta do time e a torcida se irritou. A defesa, desfalcada de Fábio Luciano, começou a falhar muito na saida de bola.
Mesmo desordenado o Flamengo atacava e aos 35 minutos, Ochoa operou um milagre na cabeçada de Souza. Pouco depois o Flamengo sofreria o segundo, numa boa jogada mexicana, onde Esqueda aproveitou-se de falha de Léo Moura na marcação e cobriu Bruno, ampliando para o América.

O Flamengo voltou para o segundo tempo muito tenso, e Obina veio pro jogo a pedido da torcida e pouco depois Diego Tardelli. O time voltou a pressionar e a perder muitas chances. Foram 20 minutos onde só o Flamengo atacou, mas era um gol perdido atrás do outro.

O golpe fatal veio aos 32 minutos. Uma falta de muito longe cobrada pelo "gordinho" Cabañas desviou na barreira e tirou as chances de defesa de Bruno. O final desordenado do Flamengo na partida ainda redeu a expulsão de Juan, após uma bolada em Cabañas, o herói da partida. Ele e o fantástico goleiro Ochoa levariam os mexicanos à semi-final, com um time regular, porém fraco.
E foi com Maracanã mudo e envergonhado que os flamenguistas se despediram de Joel. E da Libertadores.

FLAMENGO 0 x 3 AMÉRICA-MÉX
Flamengo: Bruno, Léo Moura, Leonardo, Ronaldo Angelim e Juan; Jaílton (Renato Augusto), Kléberson (Obina), Toró e Íbson; Marcinho e Souza (Diego Tardelli). Técnico: Joel Santana.
América-MÉX: Ochoa, Sanchez, Sebá e Rodrigues e Castro; Silva, Vila, Argüelo (Mosqueda) e Rojas; Esqueda (Inigo) e Cabañas (Higuaín). Técnico: Juan Antônio Luna.
Gols: Cabañas, aos 20 e Esqueda, aos 38 do 1º tempo; e Cabañas, aos 32 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Leonardo e Marcinho (Flamengo); Rodrigues, Rojas e Esqueda (América-MÉX).
Cartão vermelho: Juan (Flamengo)
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ) Data: 07/05/2008.
Árbitro: Alfredo Intriago (CHI). Auxiliares: Juan Sedeño (PER) e Félix Badaraco (EQU).
Público: 47.115 pagantes

Segue abaixo o vídeo do Globo Esporte sobre o jogo. Confesso que adorei assisitir isso:

O Maracanazo


Essa sem dúvida é a zebra mais famosa de todos os tempos. Geração em geração ela segue atormentando os brasileiros e entrou para os anais do futebol como o jogo mais surpreendente de todos os tempos. Estamos falando sa surpreendente vitória do Uruguai por 2x1 contra o Brasil na decisão da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã.
A seleção Brasileira chegava àquela decisão como a franca favorita após uma campanha fantástica e um futebol exuberante. Na primeira fase, o Brasil venceu o México (4x0), empatou com a Suiça (2x2) e venceu a Iuguslávia (2x0). No quadrangular final (por incrível que pareça a Copa já foi decidida num quadrangular), duas vitórias sensacionais sobre Suécia (7x1) e Espanha (6x1), colocaram o escrete canarinho como virtual campeão. O Uruguai não punha medo em ninguém e só seria campeão se vencesse o Brasil, que jogava por um simples empate.
O time que contava com craques como Ademir, Jair da Rosa Pinto, Zizinho e outros, encantou a torcida e a imprensa, que já aclamacam o Brasil como campeão dias antes da final. O Brasil deu show e o Uruguai havia encontrado muita dificuldade nos jogos contra Espanha e Suécia, contra quem empatou e conseguiu uma vitória magra, respectivamente.
Na manhã de 16 de julho de 1950 as ruas do Rio de Janeiro estavam empolvorosas. Um carnaval improvisado foi organizado, com milhares de sinais celebrando o título mundial, e cantos de "O Brasil precisa vencer!". Este espírito encorajador não cessou, até o início da partida final, que lotou o legendário Estádio do Maracanã com um público de aproximadamente 200.000 pessoas, um recorde para partidas de futebol mantido até hoje.
¹
A euforia brasileira não contaminou os uruguaios que foram pra campo determinados a vencer.
A partida começou e o Brasil bombardeou o gol uruguaio, enfrentando, porém, uma defesa bem postada. O 0x0 do primeiro tempo diminuiu a euforia da torcida. Logo a 2 minutos do segundo tempo, Friaça abriu o placar para o Brasil, provocando a explosão da torcida no Maracanã. O óbvio finalmente acontecia. O capitão uruguaio Obdúlio Varela, alegou impedimento no lance e levou a bola ao centro de campo e motivou o time a tentar a vitória.

O time acordou e conseguiu boas jogadas ofensivas e surpreendeu o estádio aos 21 minutos com o gol de Schiaffino. O resultado ainda dava o título ao Brasil. Aos 34 minutos o estádio se calou e um trauma se gerou num país inteiro. Ghiggia avançou pela direita e bateu cruzado. O bom goleiro Barbosa aceitou. O juiz George Reader, da Inglaterra, apitar o fim do jogo e o início do calvário de Barbosa, que passou a ser culpado por muitos pela derrota.
O próprio presidente da FIFA, o francês Jules Rimet, não acreditou no que viu. Ele havia preparado um discurso em português para parabenizar os jogadores brasileiros.
Haviam 22 medalhas de ouro com o nome dos jogadores, preparadas pela Federação Brasileira, que também nunca foram usadas.

O Brasil mostrou ser um time de forte poder ofensivo, mas com falhas na defesa. E elas foram culpadas pela sua derrota, assim como o "oba-oba" pré-jogo.
A camisa branca de gola azul foi aposentada pelo Brasil, por ser tida como de má sorte. O Uruguai nunca mais ganhou um título internacional.
Em 2014, a copa terá novamente o Maracanã como palco da decisao. Tomará que os uruguaios nem se classifiquem, pois os fantasmas sempre voltam para assombrar aqueles que deles tem medo.

BRASIL 1 x 2 URUGUAI
Brasil: Barbosa, Augusto e Juvenal, Bauer, Danilo Alvim e Bigode; Friaça, Zizinho e Ademir Menezes, Jair da Rosa Pinto e Chico. Técnico: Flávio Costa.
Uruguai: Máspoli, González e Tejera, Varella, Gambetta e Andrade; Ghiggia, Perez, Miguez, Schiaffino e Morán. Técnico: Ivan Lopez.
Gols: Friaça, aos 2, Schiaffino, aos 21, e Ghiggia, aos 34 minutos do segundo tempo.
Estádio: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ) Data: 16/07/1950.
Árbitro: George Reader (ING). Auxiliares: Arthur Ellis (ING) e George Mitchell (ESC).
Público: 173.850 pagantes (público extra-oficial de 205.000)



¹Trecho retirado de: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maracana%C3%A7o

Assista a esse vídeo, com entrevistas e as imagens do jogo:

sábado, 18 de julho de 2009

"La Brujita" estava solta


Olá.

A primeira zebra que descrevo aqui é a mais recente e maior motivadora desse blog. Um jogo que tinha tudo para ser a celebração do tricampeonato do Cruzeiro na Taça Libertadores da América acabou entrando para o hall de frustrações do futebol brasileiro. Naquela noite de 15 de Julho de 2009, quase todos os 60 mil presentes no Mineirão, em Belo Horizonte esperavam pelo título do time celeste, pautados numa campanha fantástica.
Uma campanha de 9 vitórias, 2 empates e apenas uma única derrota (para o mesmo Estudiantes em La Plata, na primeira fase), colocou o Cruzeiro na decisão, com 21 gols a favor e 10 sofridos; tendo eliminado São Paulo e Grêmio fora de casa, com um futebol digno de campeão.
Não bastassem os números, o time azul arrancou um importante empate em 0x0 no estádio Ciudad de La Plata, que colocou a decisão no Mineirão, levando boa parte da torcida a creditar o título como certo, dada a superioridade técnica do time celeste.
Os dois jogos da decisão tiveram como pano de fundo a epidemia de gripe H1N1 na Argentina, que poderia até ser apresentada como causa da apatia do time do Cruzeiro, se não fosse isso uma enorme injúria com a realidade.
O que se viu no primeiro tempo da decisão foi um jogo nervoso, em que o Cruzeiro não jogou o seu futebol vistoso de outras partidas e o Estudiantes levou o jogo na catimba e teve até uma ou outra boa chance.
Verón, como de custume guiava o time, e o atacante "Gata" Fernandez desabava na área a cada ataque, tentando cavar uma expulsão.

O segundo tempo começou da mesma forma, mas numa das poucas jogadas de ataque concisas, o Cruzeiro abriu o placar, com um chute de Henrique que desviou no zagueiro e morreu no canto da arqueiro argentino. Confesso que me lembrei de 97.
O Mineirão ainda explodia de alegria, quando Verón lançou Cellay na ponta direita. Ele ganhou de Magrão na corrida e cruzou certeiro para Fernandez empatar no meio da zaga, cinco minutos depois do gol azul. O clima ficou tenso.
O time do Cruzeiro continuou omisso em campo e desordenado. O golpe fatal veio aos 27 minutos, quando Verón bateu escanteio na cabeça de Boselli, artilheiro da competição, que virou a partida. o Mineirão se calou e o time do Cruzeiro sentiu o golpe. Desordenado tentou atacar e tee até boas chances, como o chute de Tiago Ribeiro na trave e as duas bolas chutadas por cima, pelo próprio Tiago e por Tiago Heleno, após cobranças de escanteio.

O que se viu depois foi só desolação. O Estudiantes venceu por 2x1 e sagrou-se tetra-campeão, fazendo a alegria de sua torcida e mostrando que o clã dos "bruxos" da família Verón continua a aprontar das suas.

CRUZEIRO 1 x 2 ESTUDIANTES
Cruzeiro: Fábio, Jonathan, Leonardo Silva, Thiago Heleno e Gerson Magrão; Henrique, Marquinhos Paraná, Ramires e Wagner (Athirson); Kléber e Wellington Paulista (Thiago Ribeiro). Técnico: Adilson Batista.
Estudiantes: Andújar, Cellay, Desábato, Schiavi e Germán Ré; Braña (Sánchez), Verón, Enzo Pérez e Benítez (Juan Manuel Díaz); Gastón Fernández (Calderón) e Boselli. Técnico: Alejandro Sabella.
Gols: Henrique, aos 7, Fernández, aos 12, e Boselli, aos 27 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Kléber (Cruzeiro); Verón, Braña, Cellay, Sánchez (Estudiantes).
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Data: 15/07/2009.
Árbitro: Carlos Chandía (CHI). Auxiliares: Patrício Basualto (CHI) e Francisco Mondría (CHI).
Público: 64.800 pagantes

Fotos: Globoesporte.com

E com grande tristeza que posto esse infeliz vídeo:

A famigerada zebra

Olá, amigos.
Sim, esse blog falará de zebras no futebol. Já tinha sido motivado a escrever sobre futebol a mais tempo, devido a minha paixão pelo esporte mas nunca tinha tido um empurrão definitivo que me levasse a concretizar tal ato. Essa semana tive, mas isso será discutido depois.
A proposta desse blog é manter vivo na memória jogos que entraram para a história pelo qual inacreditável foi seu resultado e por manterem a mágica do futebol viva, permitindo a todos acreditar que cada jogo é um jogo e que nada é impossível. Devo ressaltar a influencia de meu amigo César, na criação deste blog, pois foi inspirado no seu blog "craques e pernetas" que desenvolvo esse espaço de discussões futebolísticas.
O propósito nem é o de eleger a maior zebra de todas, mas sim de recordar e dessecar os pormenores desses jogos que tinham tudo para ser apenas mais um jogo, mas acabaram pregando uma pessa em muitos torcedores incrédulos.
Afinal de contas, o futebol é uma caixinha de surpresas.