sexta-feira, 11 de setembro de 2009
2004: O ANO DA ZEBRA NO HORÓSCOPO FUTEBOLÍSTICO - Até que enfim o Azulão.
Uma final atípica, inesperada, e que apontou um campeão inédito. Antes disso é importante lembrar que no ano da zebra não se poderia esperar outra coisa no Paulistão. Talvez um grande sendo goleado por um time do interior na decisão, mas creio que a “final caipira” ficou de bom tamanho. A zebra não se faz apenas pelo título do azulão, mas sim, por uma conjuntura de fatores que veremos a seguir.
Para começo de conversa o Paulistão 2004 começou com uma cara meio torta, com 21 times divididos em 2 grupos, um de 10 e um 11. As equipes se enfrentariam dentro desses grupos em turno único e os quatro melhores de cada iriam a fase seguinte de mata-mata. O pior de cada grupo cairia. A torcida entrou em briga direta com a Federal Paulista por cobrar 20 reais pelos ingressos e por só ter colocado dois clássicos na primeira fase, sendo Santos x Palmeiras e São Paulo x Corinthians. Esse regulamento propiciou algumas aberrações ao fim da primeira fase. A Portuguesa Santista que se classificou em segundo do grupo A com 15 pontos, fez menos pontos que o 6º colocado do grupo B, o Marília, que não se classificou. O União São João de Araras (do fatídico post anterior) somou apenas um ponto em 10 partidas e não caiu. Tudo porque a Federação Paulista tirou 12 dos 10 pontos conquistados pelo Oeste, sob a acusação de utilização de jogador irregular. Isso mesmo, o Oeste foi lanterna do grupo B com -2 pontos. E no outro grupo o lanterna e rebaixado Juventus, somou 6 pontos. Com essa pontuação ele terminaria em 9º no grupo B, longe do rebaixamento. Curiosamente, no grupo A, o Juventus só caiu porque o São Paulo o derrotou por 2x1 de virada na última rodada, sendo que se o Juventus tivesse vencido antes favorito Corinthians teria sido rebaixado em seu lugar. O autor dos dois gols do jogo, Grafiti, até hoje é xingado por alguns torcedores do tricolor por ter salvo o rival.
Mais voltando ao importante, a zebra, chegamos as quartas de final, onde tudo seria resolvido em uma partida. O Santos eliminou o União Barbarense, o Palmeiras passou pela Portuguesa Santista, o Paulista eliminou surpreendentemente a Ponte Preta numa emocionante disputa de pênaltis e o São Caetano venceu o São Paulo, naquela que foi a única derrota do tricolor na competição, mas rendeu-lhe a eliminação precoce.
Na semi-final não foi diferente. O São Caetano empatou com Santos em 3x3 na Vila Belmiro, num jogaço, vencendo depois no Anacleto Campanela por 4x0. Na outra semi-final duas partidas memoráveis entre Palmeiras e Paulista, 1x1 no Parque Antártica e 3x3 em Araras (o jogo não pode ser realizado em Jundiaí). Nas duas partidas o Palmeiras de Vagner Love foi extremamente superior dominando o jogo mas esbarrando nas espetaculares defesas do goleiro Márcio. Na disputa de pênaltis o Paulista conseguiu uma vitória heróica por 4x3, levando a zebra de Jundiaí para a decisão.
O São Caetano treinado pela então revelação Murici Ramalho e o Paulista, do também novato técnico Zetti, chegavam a primeira decisão do Paulistão da história das duas equipes. Numa das aberrações da Federação Paulista, as duas partidas foram marcadas para o Pacaembu, pois os estádios de São Caetano e Jundiaí tinham capacidades inferiores a 30 mil torcedores.
Na primeira partida, com público pífio de pouco mais de 10 mil pagantes, o São Caetano venceu de virada por 3x1, com o mando de campo do Paulista, levando uma enorme vantagem para a segunda partida.
Como ninguém espera o São Caetano na final se esqueceram de que o time disputava a Libertadores e entre as duas partidas da final, o Azulão teve um jogo contra o The Strongest, na Bolívia, ao qual venceu por 2x0. Sem se preocupar em poupar jogadores, o time de Murici chegou para a segunda partida completo e pronto para jogar nos contra-ataques. O Paulista, melhor ataque da competição foi com tudo para cima do São Caetano, levando perigo ao gol de Silvio Luis. Entretanto, o Azulão, bem postado na defesa e melhor organizado em campo abriu o placar com Marcinho, aos 20 do primeiro tempo e segurou o placar até o intervalo. No segundo tempo, precisando de três gols, o Paulista se lançou ao ataque e acabou levando o segundo, marcado por Mineiro. Finalmente o Azulão deixou pra trás a estigma de vice e conquistou seu primeiro título paulista. Particularmente, penso que o Paulista que apareceu para o Brasil naquele campeonato, foi mais zebra que o São Caetano, mas para um campeonato onde Palmeiras, Santos e São Paulo eram favoritos disparados, uma final caipira foi uma zebra e tanto. E desde aquela época Murici já dizia: “cuidado, que a bola pune”.
Fotos: www.futebolnews.com
uol esportes
São Caetano 2 x 0 Paulista
São Caetano: Sílvio Luís, Ânderson Lima, Dininho, Serginho e Triguinho; Marcelo Mattos, Mineiro, Gilberto e Marcinho (Lúcio Flávio); Euller (Warley) e Fabrício Carvalho (Fábio Santos). Técnico: Murici Ramalho.
Paulista: Márcio, Lucas, Asprilla, Danilo e Galego; Umberto, Alemão, Canindé e Aílton (Fábio Melo); Izaías e João Paulo (Davi). Técnico: Zetti.
Gols: Marcinho, aos 20 do 1º; e Mineiro, aos 43 do 2º tempo
Cartões amarelos: Ânderson Lima e Serginho (São Caetano) e Alemão (Paulista)
Estádio: Pacaembu, em São Paulo(SP).
Data: 18/04/2004.
Árbitro: Sálvio Spínola Fagundes Filho (SP) Auxiliares: (SP) e (SP).
Público: 25.221 pagantes.
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Luta, luta, luta... joga bem, chega nas finais, e só ganhou um campeonato paulista...
ResponderExcluirDescanse em paz azulão, vc ñ fez diferença nenhuma pro futebol!
Concordo. Tá de bom tamanho a segundona.
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