quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Uma trombada para a história



Nem só de zebras africanas vivem as Olímpiadas. Atlanta, em 1996, sediou a edição que comemorava os cem anos das Olímpiadas da era moderna e algumas das maiores zebras da história. E "trem ficou feio" logo de cara.
A franca favorita a disputar o ouro, a seleção brasileira, tinha um time dos sonhos. Campeã do Pré-Olímpico da Argentina invícta, chegou para o torneio reforçada, contanto com craques como Dida, Aldair, Roberto Carlos, Rivaldo, Bebeto e Ronaldo. Talvez apenas a Argentina pudesse fazer frente a essa equipe.
O espírito olímpico nunca esteve muito presente no torneio de futebol e passou longe da seleção do técnico Zagallo, que encarou a competição com banca de estrela, recheada de arrogancia.
A justificativa que muitos davam era o fato da seleção ter batido na trave duas vezes em 1984 e 1988 e ser eliminado vergonhosamente do Pré-Olímpico de 1992 após um empate com a Venezuela. Esses fatores fizeram da medalha de ouro uma obsessão.
Esse supertime er parte de um grande projeto olímpico, que se aproveitava das novas regras do COI, que permitiam que se chamasse três jogadores acima de 23 anos para os jogos.
Na estréia, o técnico Zagallo se mostrava extremamente confiante e ufanista, pois a fraca seleção japonesa não impunha medo a ninguém. Mas dava trabalho. Numa incrével retranca, o time japones segurou a pressão brasileira no primeiro tempo. Contra um time fraco e visivelmente preocupado com a defesa, o Brasil perdia muitas chances.
O goleiro Kawaguchi fazia inumeras defesas, enquanto a bola mal chegava ao gol de Dida. Entretanto quando foi...

Todos esperavam pelo gol brasileiro, que sairia mais cedo ou mais tarde, mas o que niguém imagina aconteceu. Eram quase trinta minutos do segundo tempo, com uma pressão incrível do Brasil quando numa saída de contra-ataque japones foi feito um lançamento torto e despretencioso, da intermediária para o meio da área, algo compretamente inofensivo. Aldair recuou para fazer o corte e Dida saiu do gol para cortar o cruzamento. Num lance medonho, que ultrapassou as barreiras do ridículo, Dida voou atabalhoadamente sobre Aldair. Os dois se chocaram bisonhamente e a bola sobou limpa para o japones Ito, que mal acradetou que só precisava empurrar a bola para o gol vazio. O Brasil estava perdendo para o Japão.
Pasmos os jogadores brasileiros entraram em pânico e partiram pro ataque. Perderam sucessivas chances em bolas que paravam nas mãos de Kawaguchi, rebatiam na zaga ou batiam na trave.
Quanto o árbitro mexicano apitou o fim da partida, os jogadores japoneses não cabiam em si de alegria, enquanto a vergonha tomou conta da seleção de Zagallo. Logo na estréia toda a banca de favorita da seleção canarinho caiu por terra. Não seria tão fácil vencer o torneio Olímpico como parecia. Mesmo assim a arrogancia de Zagallo continuava e a dificuldade de assumir que talvez o fato de ser o Brasil não fosse suficiente para vencer as partidas. Tradição e camisa não fazem tanta diferença nos Jogos Olímpicos.

Fotos: www.blogdoabdul.zip.net

BRASIL 0 x 1 JAPÃO
Brasil: Dida; Zé Maria, Ronaldo Guiaro, Aldair e Roberto Carlos; Amaral (Zé Elias), Flávio Conceição, Rivaldo e Juninho Paulista; Bebeto e Sávio (Ronaldo). Técnico: Zagallo
Camarões: Kawaguchi, Tanaka, Endo (Shirai), Matsuda, Suzuki, Michiki, Ito, Hattori, Maezono, Nakata (Uemura), Jo (Matsubara). Técnico: Akira Nishino
Gol: Ito, aos 27 do 2º tempo.
Estádio: Orange Bowl , em Miami (EUA)
Data: 21/07/1996.
Árbitro: Benito Archundia (MÉX) Auxiliares: Peter Kelly (TRI) e Mohamed Osman (SUD)
Público: 46724 pagantes

3 comentários:

  1. Me parece que o Espírito Olímpico nunca fez parte da Seleção Brasileira. Nunca foi dado o devido valor à uma medalha olímpica e no futebol, seria obrigação ganharmos o ouro, já que somos referência nesse esporte.

    Temos que valorizar mto os atletas que honram nosso nome e trazem medalhas douradas para um país onde ñ acham apoio, ouvem chacotas com seu nome e seu esporte e msm assim, choram de emoção ao escutar o hino nacional e ver nossa bendeira no ponto mais alto do mastro. VIU BOLEIROS?

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  2. Concordo. O único caso de um país referência no esporte que não é campeão olímpico é o do Brasil no Futebol. Falta vontade e principalmente seriedade ao disputar a competição.

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  3. Acho que nós damos muita importância para o futebol e nos esquecemos dos outros esportes.

    Os esportes mais tradicionais da humanidade são o atletismo, natação, lutas e tal.

    Não é só de futebol que vive o esporte!

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