Essa história poderia passar incógnita para muitos, mas não passou. Para os mineiros, devido ao vexame de um de seus mais tradicionais times e, para o resto do Brasil, por conhecer pela primeira vez uma classificação de um time tocantinense, a nível nacional.

Esse confronto ocorreu pela primeira fase da Copa do Brasil, do ano de 2004, reunindo o atual campeão mineiro, o América, e o campeão da Copa Tocantins (equivalente ao Estadual), o Kaburé.
O tradicional América, de Belo Horizonte, disputava a sua segunda Copa do Brasil. No ano anterior, entrou na competição como vice-campeão mineiro e saiu na primeira fase, eliminado pelo Vitória da Bahia. Naquela edição, entrava como campeão mineiro de 1993, com todo o favoritismo do mundo, contra o desconhecido Kaburé.
O Kaburé Esporte Clube é de Colinas, no Tocantins e foi fundado 1985, mas só se profissionalizou no inicio da década de 90. Aquela, além de ser sua primeira participação em torneios nacionais, era a primeira vez que o estado de Tocantins tinha um representante na Copa do Brasil.
A incógnita começou a se desfazer no dia 08 de março, na cidade de Colinas, onde foi realizado o jogo de ida. O estádio Bigodão estava lotado para assistir a primeira participação de um time do estado de Tocantins na Copa do Brasil. E acabou vendo mais do que esperava.
Num jogo atípico, onde o América encontrou muitas dificuldades para desenvolver seu futebol, o Kaburé fez valer o mando de campo e a força da torcida, surpreendendo a todos com uma vitória por 2x0, com gols de Fábio Canela e Pedrinho. Os jogadores ao sair de campo pareciam não acreditar no resultado, mas nenhum dos atletas do América duvidava de que no jogo de volta, no Independência, em BH, o time reverteria a situação.

No dia 17 daquele mesmo mês, o Independência foi palco de uma das maiores zebras da história da competição. O time do Kaburé, que a poucos anos ainda era amador e que vivia sua primeira experiência a nível nacional, conseguiu surpreendentemente segurar o ímpeto do time do América, perdendo por apenas 1x0. O gol solo de Hamilton não foi capaz de garantir a classificação da equipe do técnico Formiga, que foi eliminada precocemente da competição.
A zebra Kaburé se classificou para a segunda fase, onde foi eliminada sem dificuldades pelo Comercial/MS, que a derrotou nas duas partidas por 2x0. Essa, guardada as devidas proporções, foi a maior glória do time Tocantinense, que participaria por outras duas vezes da competição, sendo eliminado sem dificuldades pelo Flamengo, em 1995, e pela Portuguesa, em 1997.
Já ao América, restou uma zebra histórica e um vexame jamais esquecido por sua torcida.
KABURÉ-TO 2 x 0 AMÉRICA-MG
Kaburé: Sérgio; Estevam, Luís Carlos Marins, Lelei e Ronaldo Padeiro; Cleilson, Fábio Canela, Pedrinho (Dias) e Lino; Gilberto e Paulo Henrique (Iran). Técnico: Iduval Pontes.
América-MG: Milagres; Ronaldo Padeiro, Fagundes (Andrey), Lelei, e Luís Carlos Marins; Taú, Gutemberg e Flávio; Marcinho (Carlinhos), Hamilton e Róbson. Técnico: Chico Formiga.
Gols: Pedrinho e Fábio Canela.
Cartões amarelos: Gutemberg, Ronaldo Padeiro e Carlinhos (América-MG).
Cartão vermelho: Flávio (América-MG)
Estádio: Bigodão, em Colinas (TO)
Data: 08/03/1994.
Árbitro: Auxiliares:
Público:
O América e as supresas que ele nos revela a cada ano... Que o diga o Asa de Arapiraca e o Águia de Marabá... Credo
ResponderExcluirTaí uma daquelas coisas que só o América consegue fazer.
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