A Copa do Brasil é, sem sombra de dúvida, o lugar certo para se procurar uma zebra (assim como todas as outras copas nacionais). A Copa do Brasil de 1994 foi recheada delas, mas vou me conter nesta. Pelo menos por enquanto.
Essa história poderia passar incógnita para muitos, mas não passou. Para os mineiros, devido ao vexame de um de seus mais tradicionais times e, para o resto do Brasil, por conhecer pela primeira vez uma classificação de um time tocantinense, a nível nacional.
Esse confronto ocorreu pela primeira fase da Copa do Brasil, do ano de 2004, reunindo o atual campeão mineiro, o América, e o campeão da Copa Tocantins (equivalente ao Estadual), o Kaburé.
O tradicional América, de Belo Horizonte, disputava a sua segunda Copa do Brasil. No ano anterior, entrou na competição como vice-campeão mineiro e saiu na primeira fase, eliminado pelo Vitória da Bahia. Naquela edição, entrava como campeão mineiro de 1993, com todo o favoritismo do mundo, contra o desconhecido Kaburé.
O Kaburé Esporte Clube é de Colinas, no Tocantins e foi fundado 1985, mas só se profissionalizou no inicio da década de 90. Aquela, além de ser sua primeira participação em torneios nacionais, era a primeira vez que o estado de Tocantins tinha um representante na Copa do Brasil.
A incógnita começou a se desfazer no dia 08 de março, na cidade de Colinas, onde foi realizado o jogo de ida. O estádio Bigodão estava lotado para assistir a primeira participação de um time do estado de Tocantins na Copa do Brasil. E acabou vendo mais do que esperava.
Num jogo atípico, onde o América encontrou muitas dificuldades para desenvolver seu futebol, o Kaburé fez valer o mando de campo e a força da torcida, surpreendendo a todos com uma vitória por 2x0, com gols de Fábio Canela e Pedrinho. Os jogadores ao sair de campo pareciam não acreditar no resultado, mas nenhum dos atletas do América duvidava de que no jogo de volta, no Independência, em BH, o time reverteria a situação.
No dia 17 daquele mesmo mês, o Independência foi palco de uma das maiores zebras da história da competição. O time do Kaburé, que a poucos anos ainda era amador e que vivia sua primeira experiência a nível nacional, conseguiu surpreendentemente segurar o ímpeto do time do América, perdendo por apenas 1x0. O gol solo de Hamilton não foi capaz de garantir a classificação da equipe do técnico Formiga, que foi eliminada precocemente da competição.
A zebra Kaburé se classificou para a segunda fase, onde foi eliminada sem dificuldades pelo Comercial/MS, que a derrotou nas duas partidas por 2x0. Essa, guardada as devidas proporções, foi a maior glória do time Tocantinense, que participaria por outras duas vezes da competição, sendo eliminado sem dificuldades pelo Flamengo, em 1995, e pela Portuguesa, em 1997.
Já ao América, restou uma zebra histórica e um vexame jamais esquecido por sua torcida.
KABURÉ-TO 2 x 0 AMÉRICA-MG
Kaburé: Sérgio; Estevam, Luís Carlos Marins, Lelei e Ronaldo Padeiro; Cleilson, Fábio Canela, Pedrinho (Dias) e Lino; Gilberto e Paulo Henrique (Iran). Técnico: Iduval Pontes.
América-MG: Milagres; Ronaldo Padeiro, Fagundes (Andrey), Lelei, e Luís Carlos Marins; Taú, Gutemberg e Flávio; Marcinho (Carlinhos), Hamilton e Róbson. Técnico: Chico Formiga.
Gols: Pedrinho e Fábio Canela.
Cartões amarelos: Gutemberg, Ronaldo Padeiro e Carlinhos (América-MG).
Cartão vermelho: Flávio (América-MG)
Estádio: Bigodão, em Colinas (TO)
Data: 08/03/1994.
Árbitro: Auxiliares:
Público:
O América e as supresas que ele nos revela a cada ano... Que o diga o Asa de Arapiraca e o Águia de Marabá... Credo
ResponderExcluirTaí uma daquelas coisas que só o América consegue fazer.
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