quarta-feira, 22 de julho de 2009

O time do senador


Aquela noite no Mineirão não era muito atrativa para os fanáticos por futebol. Afinal de contas, não havia muito que se esperar de um partida entre o Galo e o até então desconhecido Brasiliense.
O time de Taguatinga, cidade satélite de Brasília, possuía uma curta história de dois anos de fundação e surgiu de forma meteórica na Copa do Brasil. Já era considerado uma zebra, pois havia eliminado o Fluminense com duas vitórias. Mas não havia apresentado um futebol que metesse medo em alguém.
O Atlético, que fazia sua melhor participação em Copas do Brasil (igualando a de 2000 quando também foi semifinalista), via a grande chance de chegar pela primeira vez a decisão. O time passou com dificuldades por Sport, Inter e Bahia e chegou à semifinal contra um desconhecido time de Brasília, que na época nem tinha se classificado para disputar a Série C do Brasileirão.
O Mineirão recebeu um bom público naquela noite. Mais de 20 mil atleticanos foram a campo na certeza de ver o time chegar pela primeira vez à final do torneio. Mas quando a bola rolou, a história foi diferente. O Brasiliense jogou um futebol simples e eficiente, anulando o time atleticano. Pareciam haver muito mais jogadores de amarelo em campo. Ainda no primeiro, Gil Baiano cobrou uma falta com perfeição e abriu o placar para o Brasiliense. O Atlético perder o rumo e apresentou todo o seu descontrole.

O principal destaque daquela competição, o atacante Welllington Dias desfilou em campo, armando jogadas e puxando os contra-ataques de seu time. A torcida não acreditou quando viu Weldon e o endiabrado Welllington Dias ampliarem o placar no segundo tempo. Muitos não quiseram nem terminar de ver a partida.
O Galo amargava um de seus maiores vexames no Mineirão. Chegaria até a fazer uma boa partida no jogo de volta em Taguatinga, mas perderia por 2x1 e sairia de forma surpreendente da Copa do Brasil.
Já o Brasiliense, time do senador Luis Estevão, (isso mesmo, ele era fundador, sócio e presidente do clube) se tornava o clube mais jovem a disputar a final da Copa do Brasil, onde perderia o título para o Corinthians, após ser vergonhosamente garfado pela arbitragem.
Porém o time pago pelo dinheiro púb... quer dizer, pelas empresas do senador, escreveu seu nome na história do futebol brasileiro. E na do Galo.


ATLÉTICO/MG 0 x 3 BRASILIENSE
Atlético/MG: Milagres, Gutiérrez (Baiano), Marcelo Djian e Edgar; Bruno (Paulinho), Mancini, Bosco, Gilberto Silva e Rubens Júnior,Wellington Amorim (Éwerton), Guilherme. Técnico: Levir Culpi.
Brasiliense: Donizeti, Carioca, Aldo, Thiago e Emérson Ávila; Evandro, Moisés, Gil Baiano (Maurício) e Wellington Dias; Auecione (Cris) e Jackson (Weldon). Técnico: Péricles Chamusca.
Gols: Gil Baiano, aos 30 do 1º tempo; Weldon, aos 35 , e Wellington Dias aos 46 do 2º tempo.
Cartões Amarelos: Baiano e Guilherme (Atlético/MG).
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte (MG) Data: 24/04/2002.
Árbitro: Paulo César de Oliveira (SP) Auxiliares:
Público: 22.269 pagantes

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