Abro aqui uma série especial neste blog. Seguindo uma sugestão do meu ilustre amigo Glauber Fernando , começo uma série sobre o ano máximo da proliferação das zebras no futebol mundial. “2004: o ano da zebra no horóscopo futebolístico” vem para retratar a grande quantidade de surpresas que esse ano atípico nos reservou, seja em âmbito nacional ou internacional. A tradição sofreu muito nesse ano e é isso que veremos nos posts dessa série.
O pimeiro caso retratado já foi bastante intrigante. Num ano Olímpico, a seleção brasileira de futebol masculino se preparou para a inédita medalha de ouro no torneio de futebol das Olímpiadas. Atenas era a meta maior do time comandado por Ricardo Gomes. O Pré-olímpico do Chile era mera formalidade.
O Brasil contava com Gomes, Maicon, Edu Dracena e Wendell, campeões da Copa do Brasil e do Brasileirão pelo Cruzeiro em 2003; Alex, Paulo Almeida, Diego e Robinho, vice-campeões da Libertadores e do Brasileirão pelo Santos; sem contar as jovens revelações do Internacional, Daniel Carvalho e Nilmar; o lateral Maxwell, da Inter de Milão; o volante Dudu Cearense, do Vitória; e Dagoberto, atacante do Atlético Paranaense. Era um time para ganhar medalha de ouro.
Na primeira fase o Brasil sofreu com alguns dificuldades de adaptação e classificou-se em segundo lugar no seu grupo, com duas vitórias (4x0 na Venezuela e 3x0 no Paraguai) e dois empates (1x1 Uruguai e 1x1 Chile). Como apenas os primeiros lugares de cada grupo passavam direto para a fase final, o Brasil foi obrigado a disputar a repescagem contra o terceiro lugar do outro grupo, a Colômbia, a quem venceu por 3x0. Já o Paraguai passou a duras penas pelo Equador, vencendo nos penalts por 4x2, após empate em 0x0.
A fase final contava com Brasil, Paraguai, Argentina e o Chile. Na estréia na fase final, o Brasil foi derrotado por 1x0 pela Argentina, num clássico extremamente catimbado, onde os jogadores brasileiros perderam a cabeça e entraram no jogo dos argentinos. Na segunda rodada, um jogo tenso e uma vitória sofrida por 3x1 contra os donos da casa, os chilenos. Chegariamos a última rodada empatados em 3 pontos com o Paraguai, jogando por um empate pela vaga em Atenas.
Os paraguais vinham de uma derrota pra Argentina e uma vitória contra o Chile. Desfalcados, não deciam oferecer muita ressistência. Não foi bem o que aconteceu.
Na partida decisiva, no domingo, dia 25 de Janeiro, em Viña Del Mar, foi totalmente atípica.
Os jogadores brasileiros não pareciam disputar uma decisão, enquanto o Paraguai partiu pra cima e cansou de perder gols. O Paraguai marcou na saída de bola brasileira e o contra-ataque sempre levava perigo ao gol de Gomes. Aos 32 minutos, após cruzamento de Edgar Barreto, De Vaca subiu de cabeça e marcou o gol que seria o da classificação paraguaia.
Precisando do empate, o Brasil voltou mais disposto no segundo tempo. Entretanto, não conseguiu furar a retranca paraguaia. No segundo tempo o Paraguai recuou e se preocupou apenas em defender. Insistindo em carregar a bola e com suas principais estrelas, Robinho e Diego, completamente apagadas, pouco perigo ofereceu ao gol paraguaio. Nas poucas vezes que as finalizações brasileiras foram ao gol, o goleiro Diego Barreto efetuou ótimas defesas.
Errando muito, acabou desclassificado no pré-olímpico pela terceira vez em sua história. O Brasil ficou fora das Olimpíadas e teve que assistir os jogos de Paraguai e Argentina pela TV. O técnico Ricardo Gomes assumiu a culpa pela derrota, mas isso não conseguiu aliviar o peso da decepção daquele time, que tinha tudo para ser campeão olímpico. Àquela altura, já tinhamos indícios de que 2004 poderia sim ser o ano da zebra.
Fotos: globoesporte.com
BRASIL 0 x 1 PARAGUAI
Brasil: Gomes; Elano, Edu Dracena, Alex e Wendell; Paulo Almeida (Dagoberto), Dudu Cearense, Diego (Nilmar) e Daniel Carvalho; Robinho e Marcel (Adaílton). Técnico: Ricardo Gomes.
Paraguai: Diego Barreto; Martínez (Villalba), De Vaca, Manzur e Felipe Gimenez; Torres, Edgar Barreto (Irala), Figueredo e Díaz; Bareiro e Pablo Gimenez (Alvarenga). Técnico: Carlos Jara.
Gol: De Vaca, aos 32 do 1º tempo.
Cartões amarelos: Diego, Adaílton e Elano (Brasil); Figueredo, Felipe Gimenez e Alvarenga (Paraguai).
Cartão vermelho: Edu Dracena (Brasil).
Estádio: Sausalito, em Viña del Mar (CHI)
Data: 25/01/2004.
Árbitro: Gustavo Mendez (URU) Auxiliares: Félix Badaraco (Equador) e Pablo Fandiño (Uruguai).
Público: 9.000 pagantes.
E isso foi na primeira quinzena de janeiro hein?... Tem mais 11 meses e meio pela frente...
ResponderExcluirFala sério, papelão dos marmanjos, cheios de grana e demais incentivos ao futebol masculino, ter que assistir pela tv ás bravas mulheres, esquecidas e jogadas para escanteio, perderem o ouro na mão grande da juizinha lá pela tv... VERGONHA!
Até hoje a única explicação que encontri para esse resultado foi a falta de comando do Ricardo Gomes. Um timaço desses não conseguir nem se classificar é uma palhaçada.
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