segunda-feira, 27 de julho de 2009

2004: O ANO DA ZEBRA NO HORÓSCOPO FUTEBOLÍSTICO - Tricolor de canoa furada

Mais um caso de zebra no ano de 2004. Esse foi menos falado mas não menos importante. Para aqueles que estão acostumados a um Gre-nal todo o ano, na decisão do Gauchão, esse ano tivemos uma surpresa. E não foi nem o Juventude, nem o Caxias. Foi um estreante na primeira divisão.

O Campeonato Gaúcho de 2004 teve uma formula confusa e nem um pouco prática. Naquela temporada, foi dividido em dois módulos. O grupo 1, possuía os integrantes do campeonato brasileiro (Grêmio, Inter, Juventude e Caxias) e os quatro melhores clubes do interior do Gauchão 2003 (Santa Cruz, Glória, XV de Campo Bom e São Gabriel). Eles foram divididos em dois grupos de quatro classificando-se os dois melhores de cada chave, para as semifinais e finais. Os dois que chegassem à final desse módulo (que foram Inter e Grêmio) estariam diretamente na fase final.
Depois disso, foi formado um grupo 2, com as 14 equipes do interior que disputavam a 1ª divisão do Gauchão, incluindo as 4 que estavam no grupo 1. Dessa maneira, apenas as equipes que disputavam o Brasileirão ficaram de fora dessa fase, que durou de março a maio, com turno e returno. Os dois primeiros desse grupo 2, Ulbra e Glória, se classificaram para a fase final juntamente à Grêmio e Internacional.
Essa confusão toda foi feita para manter os times do interior em atividade o maior tempo possível.
Bom, chegamos finalmente ao que interessa. As semifinais do Gauchão 2004 foram realizadas apenas no mês de junho, com dois times do interior e dois da capital. O Inter quase embarcou numa zebra, ao empatar com o Glória, por 2x2, depois de um empate de 1x1 no tempo normal, seguido de outro 1x1 na prorrogação. O Gigante de Beira Rio sofreu muito naquela noite, mas viu o Colorado vencer por 4x1 na disputa e pênaltis. Já o rival, Grêmio, não teve a mesma sorte.
O Tricolor dos Pampas enfrentou a Ulbra, em Canoas, esperando confirmar sua classificação. O estádio da Universidade de Canoas recebia um público razoável para o horário de 20h30, sendo que boa parte dos torcedores era de estudantes.Era a primeira vez na história que as duas equipes se enfrentavam. O time da Ulbra foi fundado em 2001 e aquela era apenas sua primeira participação no Gauchão.
Para o Grêmio era uma questão de honra ir à final daquele Gauchão, pois nos dois anos isso não acontecia. O time de Adílson Batista entrou em campo determinado, mas foi surpreendido ao fim do primeiro tempo, com a derrota parcial por 1x0. O gol surgiu na cobrança de escanteio. A bola rebatida sobrou para o zagueiro Marcelo, que dominou, girou e chutou no canto esquerdo.

A partida tinha um nível técnico baixo, mas era muito disputada. Depois da surpresa, o Grêmio reagiu e dominou o jogo, sendo que só não empatou ainda no primeiro tempo porque o goleiro Rafael fez grande defesa, na chance de Tiago Prado; e Christian perdeu um gol por driblar em excesso.
O Grêmio dominava o meio de campo e a Ulbra apostava nos seus alas. Num dessas saídas.
O Grêmio voltou mudado para o segundo tempo. Pressionou e conseguiu um pênalti logo no início. Luciano Ratinho bateu mal, o goleiro chegou na bola, mas ela entrou.
A Ulbra foi para cima e o meia Cléber chamou para si a responsabilidade. Exigiu grande defesa de Tavarelli, chutou uma bola na trave e, aos 26, marcou o segundo gol, num frango de Tavarelli, que aceitou um chute. Logo ele que foi o motivo de uma grande luta gremista para liberá-lo da seleção paraguaia.

Baloy foi expulso e, com um a menos, o grêmio sofreu o terceiro, com Fabrício e se não fossem a chances perdidas pela Ulbra, teria sido goleado.
Era mais uma zebra. A Ulbra chegou pela primeira fez na sua história a decisão do Gauchão. Perderia em casa para o Inter por 2x1, mas deixou claro que a cidade universitária de Canoas não possuía apenas times de vôlei e futsal.

ULBRA 3 x 1 GRÊMIO
Ulbra: Rafael; Renato Tilão, Marcelo e Sidnei; Barão, Bagnara, Lauro, Cléber e Evaldo(Sandro); Sinval e Fabrício Técnico: Armando Desessards.
Grêmio: Tavarelli; Michel, Baloy, Tiago Prado e Michel Bastos(Marcelo Magalhães); Cocito, Leanderson, Bruno e Leonardo Inácio (Luciano Ratinho); Claudio Pitbull e Christian (Rico) Técnico: Adílson Batista.
Gol: Marcelo, aos 18 do 1º tempo. Luciano Ratinho (pênalti), aos 7; Cléber, aos 26, e Fabrício, aos 38 do 2º tempo.
Cartões amarelos: Evaldo e Sinval (Ulbra); Cocito (Grêmio).
Cartão vermelho: Baloy (Grêmio).
Estádio: Complexo Esportivo Ulbra, em Canoas (RS)
Data: 02/06/2004.
Árbitro: Fabrício Corrêa (RS) Auxiliares: Paulo Ricardo Conceição (RS) e Vili Tissot (RS).
Público:

2 comentários:

  1. Mais também, este time horroroso do Grêmio que viria a cair no final do ano, tinha que tomar era de muito pra aprender a organizar e levar a sério o futebol. Como diria o Muriçoca (muito sabiamente, diga-se de passagem) "A bola pune".

    Pra mim esta, especificamente, não foi zebra.

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  2. Eu discordo de vc Glauber. Para mim, qualquer derrota do tricolar para uma equipe como a Ulbra será uma zebra.

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